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GUERRA NA AMÉRICA
Companhias
aéreas sugerem
FBI e orações
DA REPORTAGEM LOCAL
"Pergunte ao FBI". Era assim
que a American Airlines respondia às perguntas sobre os atentados que envolveram dois de seus
jatos ontem. Já nota da United,
que também teve dois aviões usados em atentados, dizia: "Nossas
preces estão com todos".
O Departamento Federal de
Aviação (FAA) fechou os aeroportos do país, forçando as companhias a cancelar os vôos. Partindo de São Paulo ou do Rio, a
American faria ontem nove vôos
e a United, quatro. Outras empresas que ligam o Brasil aos EUA,
como Varig (quatro vôos), Continental (três), Delta (dois), TAM
(três), também estão com seus
vôos suspensos.
Segundo números oficiais, no
ano passado o Brasil enviou
737.245 turistas aos EUA. Apenas
Nova York recebeu, em 2000, cerca de 183 mil viajantes brasileiros
(22% mais que no ano anterior).
O representante da TIA (Travel
Industry Association of America)
no Brasil, Luiz de Moura Jr., disse
que o impacto negativo no turismo para os EUA é momentâneo.
"Esclarecidos os fatos, o fluxo para o país deve voltar ao normal."
Ontem, ao meio-dia, os parques
do complexo Walt Disney World,
em Orlando, foram fechados por
tempo indeterminado.
Para as associações de profissionais de turismo, os passageiros
que desistirem de viajar para os
EUA deveriam ser reembolsados,
mas o ressarcimento depende das
empresas fornecedoras, como hotéis e companhias aéreas.
Ontem mesmo o Procon não sabia como proceder, já que a legislação não é específica em relação a
motivos que envolvam segurança
nacional. Procon e associações
aconselham o passageiro a fazer
contatos com o seu agente de viagens para negociar o que fazer.
A CVC, que tem 38 turistas em
Nova York, diz que, a princípio,
os seus 66 clientes que estão nos
EUA terão hospedagem e alimentação garantidas. A Tia Augusta
pretende manter o procedimento
normal de cancelamento previsto
no contrato da compra, para
quem desistir dos pacotes.
No caso dos hotéis, vários estabelecimentos decidiram não cobrar multa por cancelamentos. O
prazo para desitência varia de hotel para hotel, mas em geral é de
até 24 horas ou 48 horas antes da
data prevista para o check in, e o
valor da multa de não comparecimento costuma equivaler ao de
um pernoite.
Em nota, a rede norte-americana Starwood Hotels &
Resorts (das marcas Sheraton,
Westin e W Hotels, entre outros),
que tem nove hotéis em Manhattan, divulgou que não está cobrando as multas por desistência
em seus estabelecimentos.
A mesma política foi adotada
pelos associados da The Leading
Hotels of The World, que reúne
385 hotéis de luxo. Até a tarde de
ontem, pelo menos cem noites reservadas haviam sido canceladas
nos hotéis da rede, tanto nos dos
EUA quanto nos de outros países,
em razão do medo das pessoas de
voarem no momento. "O medo
está pairando no ar, então as pessoas estão cancelando [as reservas"", disse João Anibal, gerente
regional da Leading no Brasil.
Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online
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