São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

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GUERRA NA AMÉRICA

Companhias aéreas sugerem FBI e orações

DA REPORTAGEM LOCAL

"Pergunte ao FBI". Era assim que a American Airlines respondia às perguntas sobre os atentados que envolveram dois de seus jatos ontem. Já nota da United, que também teve dois aviões usados em atentados, dizia: "Nossas preces estão com todos".
O Departamento Federal de Aviação (FAA) fechou os aeroportos do país, forçando as companhias a cancelar os vôos. Partindo de São Paulo ou do Rio, a American faria ontem nove vôos e a United, quatro. Outras empresas que ligam o Brasil aos EUA, como Varig (quatro vôos), Continental (três), Delta (dois), TAM (três), também estão com seus vôos suspensos.
Segundo números oficiais, no ano passado o Brasil enviou 737.245 turistas aos EUA. Apenas Nova York recebeu, em 2000, cerca de 183 mil viajantes brasileiros (22% mais que no ano anterior).
O representante da TIA (Travel Industry Association of America) no Brasil, Luiz de Moura Jr., disse que o impacto negativo no turismo para os EUA é momentâneo. "Esclarecidos os fatos, o fluxo para o país deve voltar ao normal."
Ontem, ao meio-dia, os parques do complexo Walt Disney World, em Orlando, foram fechados por tempo indeterminado.
Para as associações de profissionais de turismo, os passageiros que desistirem de viajar para os EUA deveriam ser reembolsados, mas o ressarcimento depende das empresas fornecedoras, como hotéis e companhias aéreas.
Ontem mesmo o Procon não sabia como proceder, já que a legislação não é específica em relação a motivos que envolvam segurança nacional. Procon e associações aconselham o passageiro a fazer contatos com o seu agente de viagens para negociar o que fazer.
A CVC, que tem 38 turistas em Nova York, diz que, a princípio, os seus 66 clientes que estão nos EUA terão hospedagem e alimentação garantidas. A Tia Augusta pretende manter o procedimento normal de cancelamento previsto no contrato da compra, para quem desistir dos pacotes.
No caso dos hotéis, vários estabelecimentos decidiram não cobrar multa por cancelamentos. O prazo para desitência varia de hotel para hotel, mas em geral é de até 24 horas ou 48 horas antes da data prevista para o check in, e o valor da multa de não comparecimento costuma equivaler ao de um pernoite.
Em nota, a rede norte-americana Starwood Hotels & Resorts (das marcas Sheraton, Westin e W Hotels, entre outros), que tem nove hotéis em Manhattan, divulgou que não está cobrando as multas por desistência em seus estabelecimentos.
A mesma política foi adotada pelos associados da The Leading Hotels of The World, que reúne 385 hotéis de luxo. Até a tarde de ontem, pelo menos cem noites reservadas haviam sido canceladas nos hotéis da rede, tanto nos dos EUA quanto nos de outros países, em razão do medo das pessoas de voarem no momento. "O medo está pairando no ar, então as pessoas estão cancelando [as reservas"", disse João Anibal, gerente regional da Leading no Brasil.

Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online


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