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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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PANORÂMICA

REINO UNIDO

Parlamento diz que relatório não foi alterado, mas acusa Hoon de omissão
O dossiê sobre o Iraque publicado em setembro de 2002 pelo gabinete do premiê britânico, Tony Blair, "prestou um desserviço" que "poderia confundir a população", avaliou a Comissão de Inteligência e Segurança do Parlamento na conclusão de seu inquérito, anunciada ontem. Mas a junta disse que o gabinete não alterou o documento para deixá-lo "mais sexy".
"Estamos satisfeitos por a comissão não ter sido alvo de pressão política... O dossiê não foi tornado "mais sexy" por Alastair Campbell [diretor de Comunicação do premiê] nem por ninguém", escreveu a comissão.
A observação sobre o "desserviço" se refere ao trecho no qual se afirma que o ex-ditador Saddam Hussein poderia ativar um suposto arsenal de armas de destruição em massa em apenas 45 minutos, abrindo a possibilidade de interpretações equivocadas da ameaça representada pelo país. Para a junta, o dossiê falha em não especificar que as armas a serem acionadas rapidamente eram de curto alcance.
Mesmo eximindo Blair de responsabilidade sobre o dossiê, os parlamentares criticaram fortemente o ministro da Defesa, Geoff Hoon, acusando-o de falhar ao omitir ressalvas feitas por parte de seus assessores.
"Ele sabe que não vai sobreviver mais do que algumas semanas, pois sabe que deverá ser o bode expiatório", disse o conservador Bernard Jenkin.
Alguns parlamentares pediram a renúncia do ministro. Hoon negou que deixaria o cargo e disse "lamentar" mal-entendidos em seus depoimentos no Parlamento. "Não tive nenhuma intenção senão a de ser aberto e direto com a comissão."


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