UOL


São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUROPA

Premiê mantém referendo sobre a adoção do euro, marcado para depois de amanhã; assassino continua foragido

Assassinato de ministra comove Suécia

DA REDAÇÃO

A ministra das Relações Exteriores sueca, Anna Lindh, 46, cotada para futura primeira-ministra, morreu ontem em decorrência das diversas facadas que recebera no dia anterior de um homem não identificado dentro de uma loja de departamentos, no centro de Estocolmo. A morte da ministra trouxe de volta à memória dos suecos o assassinato do premiê Olof Palme, em 1986.
O crime acontece a poucos dias do referendo que decidirá sobre se a Suécia adotará o euro. A ministra era uma das principais defensoras da moeda comum européia, assim como o premiê Göran Persson. Não se sabe se o crime teve motivação política.
Ontem, a polícia continuava atrás do assassino, descrito como um homem de cerca de 30 anos e de aparência sueca. Na hora do crime, ele usava uma jaqueta camuflada. As investigações preliminares apontam que o crime não foi premeditado. Nenhuma prisão, no entanto, havia sido feita até o final desta edição.
A pressão sobre a polícia sueca é ainda maior pelo fato de, após 17 anos, o assassinato de Palme não ter sido solucionado.
O país agora reavalia se não deve proteger melhor seus políticos, que costumam andar sem segurança.
O premiê Persson disse ontem que o referendo será realizado no próximo domingo, conforme o previsto, mas ordenou que a campanha em favor do euro fosse paralisada. "Parece tão injusto", disse o premiê, em discurso na TV. "Anna Lindh foi tirada de nós na metade de suas realizações e de seu trabalho. Ela tinha tanto a fazer, tanto a dar." Em tom solene, Persson leu uma promessa feita por Lindh em 1986, no funeral de Palme. "De acordo com nossas habilidades, continuaremos sua luta. A luta por paz e solidariedade internacional, a luta por uma Suécia livre e aberta", diz a promessa de Lindh, lida pelo premiê.
Nas ruas do país de cerca de 9 milhões de habitantes, era fácil encontrar suecos chorando pela morte de Lindh.
Na capital, há pôsteres com fotos da ministra em cabines de telefone e nas paredes do metrô, colocados antes de sua morte pela campanha a favor do euro, cuja adoção sofre forte oposição.
Lindh, casada e com dois filhos, não tinha guarda-costas, assim como o restante dos ministros -situação que deve mudar a partir de agora. Ela ocupava o Ministério das Relações Exteriores desde 1998. Antes, era ministra do Meio Ambiente.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Itália: Bençãos de igreja usada em fita pornô perdem validade
Próximo Texto: Itália: Berlusconi diz que Mussolini era bondoso e nunca matou ninguém
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.