|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUROPA
Premiê mantém referendo sobre a adoção do euro, marcado para depois de amanhã; assassino continua foragido
Assassinato de ministra comove Suécia
DA REDAÇÃO
A ministra das Relações Exteriores sueca, Anna Lindh, 46, cotada para futura primeira-ministra, morreu ontem em decorrência das diversas facadas que recebera no dia anterior de um homem não identificado dentro de
uma loja de departamentos, no
centro de Estocolmo. A morte da
ministra trouxe de volta à memória dos suecos o assassinato do
premiê Olof Palme, em 1986.
O crime acontece a poucos dias
do referendo que decidirá sobre
se a Suécia adotará o euro. A ministra era uma das principais defensoras da moeda comum européia, assim como o premiê Göran
Persson. Não se sabe se o crime teve motivação política.
Ontem, a polícia continuava
atrás do assassino, descrito como
um homem de cerca de 30 anos e
de aparência sueca. Na hora do
crime, ele usava uma jaqueta camuflada. As investigações preliminares apontam que o crime
não foi premeditado. Nenhuma
prisão, no entanto, havia sido feita
até o final desta edição.
A pressão sobre a polícia sueca é
ainda maior pelo fato de, após 17
anos, o assassinato de Palme não
ter sido solucionado.
O país agora reavalia se não deve proteger melhor seus políticos,
que costumam andar sem segurança.
O premiê Persson disse ontem
que o referendo será realizado no
próximo domingo, conforme o
previsto, mas ordenou que a campanha em favor do euro fosse paralisada. "Parece tão injusto", disse o premiê, em discurso na TV.
"Anna Lindh foi tirada de nós na
metade de suas realizações e de
seu trabalho. Ela tinha tanto a fazer, tanto a dar." Em tom solene,
Persson leu uma promessa feita
por Lindh em 1986, no funeral de
Palme. "De acordo com nossas
habilidades, continuaremos sua
luta. A luta por paz e solidariedade internacional, a luta por uma
Suécia livre e aberta", diz a promessa de Lindh, lida pelo premiê.
Nas ruas do país de cerca de 9
milhões de habitantes, era fácil
encontrar suecos chorando pela
morte de Lindh.
Na capital, há pôsteres com fotos da ministra em cabines de telefone e nas paredes do metrô, colocados antes de sua morte pela
campanha a favor do euro, cuja
adoção sofre forte oposição.
Lindh, casada e com dois filhos,
não tinha guarda-costas, assim
como o restante dos ministros
-situação que deve mudar a partir de agora. Ela ocupava o Ministério das Relações Exteriores desde 1998. Antes, era ministra do
Meio Ambiente.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Itália: Bençãos de igreja usada em fita pornô perdem validade Próximo Texto: Itália: Berlusconi diz que Mussolini era bondoso e nunca matou ninguém Índice
|