São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PANORÂMICA

AMÉRICA LATINA

Chávez afirma que intrigas podem ter levado militares a insatisfação
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não nega a possibilidade de descontentamento nas Forças Armadas.
"Isso é possível", disse ao jornal "Ultimas Noticias", em entrevista feita na semana passada e publicada ontem, ao ser questionado se os militares estavam insatisfeitos com seu governo.
Ele declarou que, quando existe uma "estratégia goebbeliana" [referência a Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista" de repetir mentiras até que elas se tornem verdades, "os militares podem acreditar em algumas delas".
Entre as mentiras, Chávez apontou as acusações de "cubanização" da Venezuela, amizade com o terrorista venezuelano Carlos, o Chacal, e apoio à guerrilha colombiana.
"Todas essas mentiras, tantas vezes repetidas, podem ter virado a cabeça de alguns militares", disse Chávez, militar da reserva.
Como considera que o manejo da "tensão" nos quartéis possa ser "muito perigoso", o presidente venezuelano revelou ter aumentado os contatos dentro das Forças Armadas.
"Digo isso para que o país respire com tranquilidade", declarou Chávez.
Ele relatou ter aconselhado o comando militar a escrever um documento de "desagravo" por causa da celeuma provocada por contraditórias declarações de seus porta-vozes sobre a posição do governo em relação ao terrorismo.
Chávez declarou, em referência ao ataques ao Afeganistão, que "não se pode responder ao terror com mais terror".
Na terça-feira, as Forças Armadas divulgaram um comunicado no qual reiteram seu respaldo ao mandatário e exigem o fim das "intrigas" de opositores.
Um dia antes, o presidente ex-golpista declarou que "não há mais risco de um golpe de Estado na Venezuela".


Texto Anterior: Tríplice fronteira: Ato em Foz do Iguaçu reúne 15 mil
Próximo Texto: Colômbia: Violência deixa ao menos 20 mortos no país
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.