São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Terroristas juram vingar morte de Arafat; 4 palestinos são mortos

DA REDAÇÃO

Soldados israelenses mataram quatro palestinos em confrontos que irromperam após a morte de Iasser Arafat ontem, afirmaram médicos palestinos. Segundo militantes palestinos, os conflitos são parte de uma nova ofensiva contra Israel para vingar a morte do líder palestino, atribuída por eles ao governo israelense.
Em um dos casos, militantes palestinos do Fatah, ligado a Arafat, atacaram soldados que guardavam o assentamento israelense de Netzarim, em Gaza, com bombas, granadas e morteiros. Dos três palestinos mortos no tiroteio que se seguiu, dois estavam armados. Não era possível determinar se o terceiro, um rapaz palestino de 19 anos, era civil ou militante.
As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, que decidiram ontem mudar seu nome para Brigadas do Mártir Arafat, disseram que o ataque contra Netzarim, altamente fortificado, marcava uma nova fase de ataques contra Israel para vingar a morte de Arafat.
Abu Qusai, porta-voz do grupo, afirmou: "Nossos grupos, junto com irmãos de outras facções, partiram para o campo de batalha contra o inimigo para fazê-lo pagar o preço. Os próximos dias testemunharão conflitos violentos contra os sionistas em toda parte". Segundo ele, a culpa da morte de Arafat é de Israel, que o forçou a viver em condições primitivas em seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia), onde ficou confinado por dois anos e meio.
O líder do grupo Jihad Islâmica, Khaled al Batesh, também atribuiu a morte de Arafat ao governo israelense. Segundo ele, o líder palestino não morreu de causas naturais e o premiê Ariel "Sharon ajudou a matar Arafat".
Israel afirma que Arafat tinha acesso a médicos, comida, água corrente e eletricidade em suas instalações, na Muqata.

Pedras
Israelenses mataram um rapaz de 20 anos que, segundo Israel, estava entre 400 palestinos que jogavam tijolos contra carros de soldados e moradores de assentamentos judaicos em Hebron.
Palestinos também atacaram israelenses com pedras em outros locais na Cisjordânia. Em um caso, veículos militares israelenses foram atingidos na estrada que liga Jerusalém à Cisjordânia.
Em outro episódio, perto de Ramallah, dezenas de palestinos atacaram soldados em um posto de controle israelense. E, segundo Israel, militares foram atingidos em um templo na entrada de Belém.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Pragmático só deseja ter paz
Próximo Texto: Palestina órfã - Os israelenses: Sharon diz esperar mudança "histórica"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.