São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

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Líderes árabes lamentam morte

DA REDAÇÃO

Apesar da relação difícil com diversos líderes árabes, a morte de Iasser Arafat foi lamentada pela maioria dos governantes da região. Apenas o primeiro-ministro do Kuait, xeque Sabah al Ahmad al Sabaha, poupou comentários sobre o enterro do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina). No país, Arafat é ainda considerado "um traidor" por ter apoiado a invasão do Kuait pelo Iraque em 1990.
Mesmo entre os sauditas, também contrariados com a posição de Arafat em relação ao episódio, o tom oficial de despedida foi de lamento.
Na Arábia Saudita, o líder foi lembrado como "símbolo da luta palestina". O rei saudita Fahd manifestou oficialmente "grande dor e pesar" pela morte.
Em outros países árabes, a reação à morte de Arafat também foi de luto. O presidente do Egito, Hosni Mubarak, chamou o líder de "defensor dos direitos e opositor aos conflitos".
Em Bagdá, o premiê interino do Iraque, Iyad Allawi, decretou luto oficial: "O governo iraquiano expressa a sua tristeza em razão do falecimento do nobre líder e decreta a partir de hoje [ontem] três dias de luto nacional", declarou por meio de nota oficial.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, deu tom mais político ao discurso de despedida e declarou que Israel "não poderá mais usar Arafat como uma desculpa para não promover a paz". "Agora os israelenses devem tomar a iniciativa de mostrar boa vontade quanto a isso."

Campos de refugiados
Líbano, Jordânia e Síria, onde vivem mais de 2,4 milhões de refugiados palestinos, também manifestaram condolências.
No Líbano, o ex-premiê Rafik Hariri disse que a morte "impõe aos dirigentes palestinos o peso de continuar a luta e a responsabilidade de preservar a unidade do povo palestino".
A família real da Jordânia decretou luto de 40 dias, proclamando oficialmente "a dor e a profunda tristeza do rei Abdullah e de todo o povo jordaniano".
Na Síria, o ministro da Informação, Mahdi Dajlalá, classificou Arafat de "eminente resistente palestino". "É importante que o povo palestino conserve sua unidade nacional", completou.
O rei do Marrocos, Mohamed 6º, enviou ao primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei, uma mensagem de condolências, afirmando que o líder palestino foi "um grande combatente".
Na Tunísia, onde Arafat viveu como exilado por 12 anos, o presidente Zin el Abidin Ben Ali enviou carta de apoio ao presidente interino da ANP, Rawhi Fatouh.


Com agências internacionais

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