São Paulo, Domingo, 12 de Dezembro de 1999


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CLANDESTINO
Ex-general diz a rádio que quer chegar à Presidência de forma pacífica e não revela como voltou ao país
Oviedo afirma que está no Paraguai

das agências internacionais

O ex-general paraguaio Lino Oviedo disse na madrugada de ontem que está no Paraguai e que pretende chegar à Presidência do país "de forma pacífica".
O paradeiro de Oviedo é desconhecido desde quinta-feira, quando deixou clandestinamente a Argentina, onde estava asilado, um dia antes da posse do presidente Fernando de la Rúa, que havia prometido rever o asilo concedido pelo então presidente Carlos Menem.
Falando ao telefone "de algum lugar do Paraguai" com a rádio norte-americana CBS em Espanhol, o ex-militar disse que seu país está governado por um regime anticonstitucional e que seu dever é "fazer com que se realizem eleições nacionais" para o retorno da democracia.
Fugitivo da Justiça, que o condenou a dez anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe em 96, Oviedo disse que está escondido em "algum lugar do Paraguai" e que sua intenção é alcançar a "Presidência de forma pacífica".
Ele negou que pretenda liderar uma rebelião contra o presidente paraguaio, Luis González Macchi. "Não preciso disso. Jamais usei a força para ganhar eleições."
Oviedo afirmou que deixou a Argentina para evitar problemas ao governo De la Rúa e para não complicar mais as relações entre Buenos Aires e Assunção, abaladas após Menem se recusar a extraditar Oviedo após pedido da Justiça paraguaia.
Oviedo não quis revelar como voltou ao Paraguai. Desde que deixou a Argentina, surgiram diferentes versões sobre o seu paradeiro, incluindo Brasil, Uruguai e Bolívia. Ele acusou González Macchi de estar ""violando a Constituição" por ocupar a Presidência sem ter sido eleito.
González Macchi assumiu a Presidência após a renúncia de Raúl Cubas Grau, aliado de Oviedo e atualmente asilado no Brasil, que deixou o poder após o assassinato do vice-presidente Luis María Argaña, em março.
Oviedo é acusado pela Justiça paraguaia de ser o autor intelectual do assassinato de Argaña, o que ele nega.
O governo paraguaio disse que prenderá Oviedo se o encontrar em território paraguaio.



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