São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Repressão em Mianmar foi mais violenta

DE GENEBRA

Os números fornecidos pela ditadura militar de Mianmar sobre os protestos ocorridos no fim de setembro minimizaram o impacto da repressão contra os manifestantes, segundo o relator especial de direitos humanos da ONU Paulo Sérgio Pinheiro. O brasileiro, que só conseguiu permissão da junta militar birmanesa para viajar ao país quase dois meses depois dos tumultos, apresentou ontem seu relatório da visita no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O relatório contabiliza 31 mortes nos protestos, 16 a mais que o número oficial. Durante os cinco dias de visita, que foi monitorada pelo governo, Pinheiro constatou o desaparecimento de 74 pessoas e a detenção de 653.
O números, porém, podem ser bem mais altos. "A lista contém somente os incidentes em que os nomes das pessoas envolvidas são citados", esclarece Pinheiro.
Embora reconheça que teve acesso "à maioria" dos locais requisitados e que manteve um diálogo "aberto" com as autoridades, o relator brasileiro disse que o governo birmanês não garante os direitos humanos e as liberdades fundamentais.
Segundo Pinheiro, décadas de repressão aos direitos civis e políticos básicos comprometeram o padrão de vida da maioria da população do país.


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