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Nos EUA, jovem latino não se vê americano
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
A maior parte dos filhos e netos de imigrantes latinos nascidos nos EUA não se identifica
como americana. Pesquisa divulgada ontem pelo Centro
Hispânico Pew mostra que os
descendentes de imigrantes vivem divididos entre os laços
com a cultura do país de origem
dos pais ou avós e a do país onde nasceram e vivem.
Segundo a pesquisa, 41% dos
filhos de imigrantes latinos se
classificam como americanos,
21% dizem que são "latinos" ou
"hispânicos" e 41% citam o país
de origem dos pais. Entre os netos de imigrantes, 50% dizem
que são americanos.
Os resultados indicam que
somente na chamada terceira
geração, composta por netos de
imigrantes latinos, há uma proporção expressiva (49%) de jovens que são ensinados a ter orgulho de nascer nos EUA. Entre
os filhos de imigrantes, apenas
24% foram ensinados a valorizar a nacionalidade americana.
Outro aspecto da dificuldade
de integração é o número de casos presenciados de discriminação étnica ou racial. Segundo
o levantamento, quase 1 em cada 4 jovens latinos afirma que
um parente ou amigo foi alvo
de preconceito.
A percepção é maior entre os
que nasceram nos EUA (41%)
do que entre os que nasceram
fora do país (32%).
Até 2050 os latinos representarão 29% da população americana. Hoje eles são a minoria
mais expressiva do país -1 em
cada 5 crianças em idade escolar é latina.
Eles são também o grupo
mais jovem. A idade média é de
27 anos, comparado com 31 entre os negros, 36 entre os asiáticos e 41 entre os brancos.
"O tipo de adulto que os jovens latinos vão se tornar vai
ajudar a definir o que a sociedade americana se tornará no século 21. (...) Nunca antes na história deste país um grupo de
minoria étnica representou
uma parcela tão significativa
dos jovens americanos", afirma
o estudo.
Gravidez na adolescência e
abandono escolar estão entre
os maiores problemas desse
grupo. A proporção de jovens
latinos que deixam a escola é de
17%, um percentual quase três
vezes o registrado entre brancos e quase o dobro da taxa entre os negros.
A maioria dos jovens latinos
deixa a escola para sustentar a
família. Eles citam ainda as dificuldades com o inglês e a crença de que não precisam de um
nível mais elevado de instrução
para trabalhar. Os latinos também apresentam um percentual maior de jovens que já são
mães aos 19 anos -26%.
Três em cada dez jovens latinos afirmam que têm um amigo ou parente envolvido em
uma gangue. A familiaridade
com gangues é maior entre os
que nasceram nos EUA.
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