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CHILE
Polícia procura seis comunistas mortos durante a ditadura
Pinochet volta a ser examinado; escavações buscam desaparecidos
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O ex-ditador Augusto Pinochet,
85, se submeteu ontem, no Hospital Militar de Santiago, ao terceiro
e penúltimo dia de exames para
avaliar se o general possui condições físicas e mentais para ser julgado por violações aos direitos
humanos durante seu governo
(1973-1990).
Pinochet foi avaliado por psiquiatras do Serviço Médico Legal
e da Universidade do Chile, supervisionados por especialistas da
defesa e da acusação.
O general é acusado de ter ordenado 75 fuzilamentos cometidos
pela chamada "Caravana da Morte", um grupo de militares que
percorreu cinco grandes cidades
do Chile de helicóptero logo após
o golpe de 1973 para eliminar
opositores. Várias vítimas foram
jogadas em covas clandestinas,
descobertas só em 1990. Dezoito
corpos nunca foram achados.
O ex-ditador poderá ser processado se os exames o considerarem
mentalmente capaz de enfrentar
um julgamento -o Código Penal
chileno isenta de responsabilidade aqueles que são declarados dementes.
O juiz Juan Guzmán Tapia pretende interrogar Pinochet na segunda-feira, mas a defesa condiciona o interrogatório ao resultado dos testes.
Escavando o passado
Enquanto o ex-ditador passava
pelos testes, começavam as escavações da primeira das covas que
as Forças Armadas dizem guardar restos de desaparecidos políticos durante a ditadura. Estariam
no local (Cuesta Barriga, 37 km a
oeste de Santiago) os despojos de
seis militantes comunistas mortos pela polícia secreta chilena em
dezembro de 1976.
Segundo dados oficiais, 3.197
pessoas foram mortas ou desapareceram durante a ditadura, incluindo cerca de 90 policiais e militares ligados ao regime mortos
em atentados ou confrontos.
A Corte Suprema do país ordenou a busca após ter recebido documentos sobre o destino de 180
opositores capturados. Os dados
foram reunidos nos últimos seis
meses pelo grupo de diálogo formado por civis e militares, instalado em 1999.
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