São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2002

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ACIDENTE

Montanhoso e coberto de neve, local da queda é de difícil acesso para equipes de resgate, segundo autoridades

Avião cai no Irã e ao menos 117 morrem

DA REDAÇÃO

Um avião iraniano com pelo menos 117 pessoas a bordo caiu ontem em uma região montanhosa do país quando se preparava para pousar, segundo o porta-voz da Organização Iraniana de Aviação Civil, Reza Jaafarzadeh. De acordo com um funcionário do governo, não há sobreviventes.
O avião, um Tupolev-154 russo, que pertencia à Iran Air Tours, empresa aérea afiliada à estatal Iran Air, voava da capital, Teerã, para Khorramabad quando desapareceu dos radares. As condições meteorológicas não eram boas: o céu estava nublado e as nuvens estavam baixas.
O número de vítimas é incerto. Segundo o porta-voz do governo, Abdullah Ramezanzadeh, informou à agência oficial de notícias da república islâmica, seriam 118 mortos. Haveria 105 passageiros e 13 tripulantes a bordo do vôo 956.
Entre as vítimas, havia quatro espanhóis que, segundo o ministro de assuntos exteriores da Espanha, estavam em missão comercial para uma empresa de produtos eletrônicos.
Testemunhas afirmaram que o avião caiu em chamas na Sefid Kouh (Montanha Branca), depois de uma grande explosão, quando se preparava para pousar em Khorramabad, a 375 km a sudoeste de Teerã. A cidade fica a leste da cadeia de montanhas de Zagros, fronteira com o Iraque.
De acordo com uma rádio estatal, moradores da área em que ocorreu o acidente disseram ter ouvido uma grande explosão nas primeiras horas da manhã. "Há uma montanha próxima ao aeroporto e o avião bateu nela quando pousava", disse um homem que visitava o local do acidente.
"Nossas equipes de salvamento estão na região, mas, levando em conta o fato de que a montanha está coberta de neve, será muito difícil acessar o local em que está o avião", afirmou a organização por meio de um comunicado oficial.
Tão logo ficou sabendo da queda, o presidente iraniano, Mohamad Khatami, determinou que uma comissão começasse a investigar as causas do acidente.
"Onde está você? O que aconteceu com você?", gritava Nasrin Shafiiyan, uma iraniana que se desesperava na manhã de ontem atrás de notícias de seu marido, Houshang, que estava no vôo. Segundo ela, o acidente foi culpa dos "estúpidos e incompetentes funcionários do governo que compram aviões de segunda mão de todos os países da ex-União Soviética". "Eles compram ou alugam esses lixos?", perguntou.
O Irã está sob sanções norte-americanas porque Washington acusa Teerã de apoiar o terrorismo. Essas sanções impedem a venda de Boeings ou de peças retiradas deles ao Irã. Os Boeings constituíam o principal da frota aérea iraniana antes da revolução islâmica, ocorrida há 23 anos.
O último acidente aéreo ocorrido no Irã foi em maio de 2001, quando um avião Yakovlev Yak-40 de fabricação russa, da Faraz Qeshm Airlines, caiu no nordeste do país. Na ocasião morreram cerca de 30 pessoas, entre as quais o ex-ministro dos transportes Rahman Dadman e sete deputados. Depois disso, uma comissão parlamentar pediu às autoridades que reforçassem as medidas de segurança nos vôos domésticos.


Com agências internacionais

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