São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2002

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PAQUISTÃO

Jornalista está em Karachi, afirma xeque Omar

Suspeito por sequestro de Pearl é preso e diz que repórter está vivo

DA REDAÇÃO

A polícia paquistanesa prendeu ontem o xeque Ahmed Omar Saeed, 29, o principal suspeito pelo sequestro do jornalista americano Daniel Pearl. Segundo a polícia, o militante islâmico nascido no Reino Unido afirmou que o repórter ainda está vivo.
O chefe da polícia de Karachi, Tariq Jamil, disse que o xeque Omar, como é conhecido, foi preso em Lahore e seria levado a Karachi para mais interrogatórios.
"Durante a investigação inicial, ele disse que Pearl estava vivo e em Karachi", afirmou Jamil.
Pearl, 38, repórter do "Wall Street Journal", desapareceu em Karachi em 23 de janeiro enquanto tentava contatar grupos radicais islâmicos e investigar ligações entre Richard Reid, que tentou detonar explosivos escondidos nos sapatos num vôo Paris-Miami em dezembro, e a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
O xeque Omar foi preso na Índia em 1994, acusado de sequestrar quatro turistas, e libertado em 1999, com dois outros militantes islâmicos, em troca de 155 reféns em um avião sequestrado e levado a Candahar (Afeganistão).
A polícia indiana o acusa de ter transferido US$ 100 mil a Mohammad Atta, um dos sequestradores dos aviões usados nos atentados de 11 de setembro nos EUA.
Omar, filho de um comerciante de roupas de Wanstead ( leste de Londres), estudou na prestigiosa London School of Economics.
Sua prisão conta pontos a favor do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, que chegaria ontem aos EUA para uma visita oficial.
A Índia, que declarou achar "suspeita" a coincidência de datas, pediu a extradição do xeque. "Parece um pouco suspeito que ele tenha sido preso um dia antes de Musharraf se encontrar com [o presidente dos EUA, George W." Bush", disse o ministro-assistente das Relações Exteriores da Índia Omar Abdullah. "Gostaríamos que ele fosse entregue à Índia."

Afeganistão
Yunus Qanooni, ministro interino do Interior do Afeganistão, em entrevista publicada ontem no jornal "Asharq al Awsat", disse que membros "influentes" dos serviços de inteligência paquistaneses estão "protegendo Bin Laden e o mulá Omar, ocultando seus movimentos e abrigando líderes do Taleban e da Al Qaeda".
Khalid Pashtoon, assessor do governador de Candahar, Gul Agha Sherzai, disse ontem que 15 líderes do Taleban estavam negociando sua rendição.


Com agências internacionais


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