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IRAQUE SOB TUTELA
Atentados contra essa facção muçulmana se intensificam com proximidade de festividade religiosa
Carro-bomba mata 18 em cidade xiita
DA REDAÇÃO
A explosão de um carro-bomba
diante de um hospital numa cidade predominantemente xiita, ao
sul de Bagdá, matou ontem 18
pessoas e feriu gravemente dezenas de outras, disse a polícia.
O atentado ocorreu em Mussaieb. Os terroristas estacionaram
o veículo carregado de explosivos
num pátio que separa um edifício
do governo e o hospital. Três policiais estão entre os mortos com a
explosão, ocorrida às 8h30 locais.
Em outro atentado, desta vez
em Basra, o maior centro xiita ao
sul do país, foi morto Taha Al
Amiri, importante magistrado
que dirigia o principal corte criminal da região.
Ex-dirigente do partido Baath,
de Saddam Hussein, ele foi atingido por quatro desconhecidos
quando se dirigia de automóvel
ao tribunal. Seu guarda-costas ficou gravemente ferido. Foi o segundo assassinato em Basra em
menos de uma semana.
Os dois atentados, possivelmente praticados por grupos insurgentes sunitas, tomam como alvo
a comunidade xiita, beneficiada
pela eleição de há duas semanas
-e cujos resultados finais não foram ainda anunciados- para a
escolha dos 275 membros de uma
assembléia que indicará um novo
governo e redigirá um projeto de
Constituição.
Os xiitas, majoritários no país,
participaram maciçamente da votação, que lhes dará pela primeira
vez o controle da política iraquiana. Os principais partidos sunitas
retiraram seus candidatos, levando-os a uma situação de sub-representação nas instituições pós-Saddam Hussein.
A mesma lógica de atingir objetivos xiitas estava por detrás dos
dois maiores atentados de sexta-feira, o primeiro deles, com 13
mortes, foi provocado por um homem-bomba na entrada de uma
mesquita, e o segundo, com nove
mortos, numa padaria em Bagdá.
Uma outra razão para que os
xiitas estejam é a proximidade da
Ashura, festa religiosa da comunidade que terá seu clímax no próximo sábado. Para evitar que terroristas se infiltrem entre peregrinos estrangeiros que planejam visitar os santuários, o governo decidiu fechar as fronteiras entre os
dias 17 e 22.
A Ashura marca o martírio de
Hussein, neto de Muhammad, em
680. No ano passado, em Bagdá e
Kerbala, atentados durante a festividade fizeram 171 mortos.
Ainda ontem a polícia anunciou
a descoberta, em Mossul, dos corpos de seis homens vestidos com
o uniforme da Guarda Nacional
Iraquiana.
Atentados contra os integrantes
daquela corporação, criada pelos
Estados Unidos, também se intensificaram depois das eleições
do dia 30. Mossul, a terceira maior
cidade do país, tem-se transformado num dos pontos nevrálgicos do confronto entre tropas
americanas e insurgentes.
Também ontem, em Bagdá, a
explosão de um carro-bomba deixou feridos cinco civis iraquianos
e um soldado dos EUA.
Na pista de Zarqawi
O terrorista Abu Musab Al Zarqawi pode estar escondido na cidade iraquiana de Kirkut, disseram ontem à Reuters informantes
da polícia, dias depois de integrantes do governo interino terem afirmado que "estavam
quentes" as pistas que poderiam
levar a ele.
Zarqawi é o representante de
Bin Laden no Iraque. Segundo os
informantes, o terrorista se encontrava em Mossul, e há a possibilidade de ele ser capturado a
qualquer momento.
A hipótese, caso se confirme, representaria uma vitória para os
Estados Unidos.
Com agências internacionais
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