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Rússia diz que Kosovo seria quebra da lei internacional
DA REDAÇÃO
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse ontem em Genebra
que uma independência unilateral de Kosovo representaria
"uma violação às leis internacionais e uma ameaça à segurança da Europa".
A declaração se enquadra nos
tensos preparativos para que
aquela Província sérvia, com
90% da população de étnicos
albaneses, se transforme domingo em Estado soberano,
com o apoio dos Estados Unidos e parte da União Européia.
A Rússia tem dois motivos
para se opor à iniciativa. Há a
solidariedade histórica aos povos eslávicos, como a Sérvia,
que teria seu território desmembrado. E há também o
precedente do qual territórios
como o da Tchetchênia podem
se aproveitar para reivindicar a
independência.
Atribui-se a Moscou o plano
de impedir que Kosovo seja reconhecido pela ONU. Os russos
têm poder de veto no Conselho
de Segurança, onde o embaixador russo, Vitaly Churkin, disse
ontem que apoiaria a proposta
sérvia de convocar reunião de
emergência do colegiado.
Em Belgrado, o governo sérvio discute em sigilo medidas
de retaliação contra países que
reconheçam a independência
de sua Província. A Associated
Press diz que o plano inclui a
redução do estatuto das relações diplomáticas -sem embaixadores, por exemplo- e
ações em cortes internacionais.
Existe ainda a possibilidade
de um bloqueio a Kosovo, de
modo a impedir que trabalhadores kosovares possam entrar
na Sérvia. A minoria sérvia de
Kosovo também seria instada a
rejeitar abertamente a independência, o que caracterizaria
uma cisão daquele território.
Na União Européia a solução
independentista é rejeitada pela Espanha, que teme o precedente para bascos e catalães.
Chipre tem a mesma lógica,
em razão do setor da ilha ocupado por etnicamente turcos.
Com agências internacionais
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