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Argentina troca comida por petróleo da Venezuela
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
O ministro do Planejamento
da Argentina, Julio De Vido,
prometeu ontem ao presidente
da Venezuela, Hugo Chávez,
vender mil toneladas de carne
mensais ao país em troca do
fornecimento de petróleo.
Chávez agradeceu à Argentina pela "decisão que aliviará
bastante a nossa família venezuelana". A Venezuela enfrenta
há meses escassez de produtos
da cesta básica, provocada pelo
inflação e o controle do câmbio
e dos preços. Pelo acordo, firmado ontem em Caracas, a Argentina também fornecerá farinhas, leite e óleo, entre outros.
Chávez recebeu ontem uma
delegação de empresários do
setor alimentício argentino,
chefiada por De Vido, e disse
que a Argentina "não deve se
preocupar com o tema energético". "Não se preocupem, aqui
há reservas de petróleo para
cem anos e mais." De Vido classificou o acordo como "intercâmbio em condições de igualdade", diz nota do governo.
A Federação de Moinhos da
Argentina ofereceu desviar
suas exportações para abastecer a Venezuela com até cinco
vezes o total de 10 mil toneladas de farinha que o país compra hoje da Argentina. Já a cooperativa Sancor, que recebeu
um empréstimo venezuelano,
prometeu voltar toda sua exportação de leite em pó ao país
de Hugo Chávez.
Segundo Chávez, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, planeja uma visita a Caracas em março. Os dois ainda
avaliam a data.
Exxon
A estatal venezuelana
PDVSA anunciou ontem ter parado de vender petróleo cru à
americana Exxon Mobil. A medida é uma resposta às ações
que a Exxon move contra a estatal para tentar ser compensada por investimentos feitos na
Venezuela até 2007 -a gigante
deixou o país após não chegar a
um acordo com o governo, que
mudou as regras do setor. Ainda não estava claro ontem qual
o impacto da medida.
Com agências internacionais
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