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CRISE
Presidente enfrenta escândalo
Paraguai prepara reforma ministerial
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O presidente do Paraguai, Luis
González Macchi, pediu ontem a
renúncia coletiva de seu gabinete
para preparar uma reforma ministerial nesta semana. Ele enfrenta uma grave crise política
que ameaça seu mandato, previsto para acabar em agosto de 2003.
Na semana passada, três ministros já haviam deixado o governo.
Macchi enfrenta escândalos de
corrupção e uma crise econômica, o que fez com que seu índice
de aprovação entre os paraguaios
caísse abaixo de 10%, segundo as
últimas pesquisas.
Macchi afirmou que fará o
anúncio do novo gabinete na
quinta-feira. Ontem ele anunciou
um plano econômico de emergência, com 40 pontos.
A crise política foi acirrada com
a revelação de que o carro oficial
de Macchi, um BMW 528i, pode
ter sido roubado em um país vizinho. A denúncia aconteceu em
meio a uma campanha do governo para legalizar e registrar os 600
mil carros do Paraguai, dos quais
360 mil seriam roubados, de acordo com a polícia.
"O presidente está por um fio",
afirmou o analista político Carlos
Martini. "Se ele não cair é somente porque está sendo apoiado pelos EUA e pelo Mercosul, que prefere mantê-lo no poder por falta
de alternativas", avaliou ele.
O Paraguai é o país mais instável do Mercosul, bloco econômico composto também por Brasil,
Argentina e Uruguai.
O próprio Macchi assumiu o
governo em março de 1999, quando era presidente do Senado, após
a renúncia do então presidente,
Raúl Cubas, acusado de matar seu
vice, Luis María Argaña.
A legitimidade do mandato de
Macchi foi colocada em dúvida
no ano passado, após a eleição,
pelo voto popular, de Julio César
Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico, para o cargo de vice-presidente.
Franco, que na semana passada
se disse "pronto" para assumir a
Presidência, afirmou ontem que
vem recebendo ameaças de morte
anônimas.
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