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Informe da OEA terá versões distintas sobre bombardeio
Após visita a países, secretário-geral diz que discrepâncias entre Bogotá e Quito seguem; comissão visita plantio de coca na divisa
Insulza defende futuros acordos bilaterais e de luta antidroga; fumigação é mais um ponto de tensão
entre Equador e Colômbia
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da OEA
(Organização dos Estados
Americanos), o chileno José
Miguel Insulza, afirmou ontem
que ainda há "discrepâncias"
entre as versões de Bogotá e
Quito sobre o ataque colombiano ao acampamento das Farc
no Equador, no último dia 1º
-uma delas é sobre o ponto
exato do qual partiu o bombardeio que matou o número dois
da guerrilha, Raúl Reyes.
Apesar das divergências, Insulza frisou que o relatório final
a ser produzido pela comissão
da OEA que encerrou ontem visita aos dois países "vai pôr ênfase nas coisas que se possa fazer para que esses fatos não voltem a ocorrer". O informe vai
ser analisado pelos chanceleres
dos países-membros da OEA
na segunda, em Washington.
Em reunião na semana passada, a OEA reafirmou o princípio de inviolabilidade do território dos Estados -num gesto
de apoio ao argumento equatoriano. A Colômbia pediu desculpas pela violação, e a fase
mais aguda da crise teve fim.
Mas o problema de fundo
permanece e a OEA terá pela
frente o trabalho de chegar a
acordos bilaterais sobre parâmetros de combate ao narcotráfico e controle da fronteira,
em meio a acusações de tolerância e ligações políticas da
guerrilha com o governo equatoriano de Rafael Correa.
Quito nega ligações ou tolerância dos militares com as
Farc. Diz querer permanecer
"neutro" no conflito.
Ontem, Insulza se reuniu
com o presidente colombiano,
Álvaro Uribe, que apresentou
sua versão do incidente. No dia
anterior, liderou visita da comissão da OEA a áreas de plantação de coca na fronteira com
o Equador e se disse alarmado
com a extensão dos cultivos.
O secretário-geral elogiou a
mudança nas fumigações dos
plantios -antes eram feitas
com aviões, sob protestos equatorianos pelas conseqüências
humanitárias e ambientais, e
agora é um processo manual.
"Entendemos que é preciso
muito mais colaboração para
combater esse problema regional", disse. Apesar de o Plano
Colômbia (que recebe fundos
dos EUA) ter reduzido a área
cultivada, a produção de cocaína segue estável na Colômbia,
afirma a ONU, porque aumentou a produtividade.
A comissão da OEA também
conversou com ex-guerrilheiros na área. Um deles, ex-integrantes das Farc e hoje parte de
um programa de desmobilização do governo Uribe, acusou
militares equatorianos de colaborarem com a guerrilha em
reportagem de ontem do jornal
espanhol "El País".
Também ontem, a Colômbia
entregou os computadores que
seriam de Raúl Reyes a técnicos
da Interpol (polícia internacional), chamados a corroborar a
autenticidade dos dados.
Com agências internacionais
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