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Último veterano francês de 1914-18 morre em Paris
Lazare Ponticelli nasceu na Itália e tinha 110 anos; para se alistar, aos 16, falseou idade e serviu na Legião Estrangeira
Governo queria enterrá-lo
com heróis no Panteão, mas
ele preferiu cemitério em que estão seus parentes; honras militares serão na 2ª
François Mori - 16.dez.07/Associated Press
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Ponticelli quando completou 110 anos, em dezembro; na 2ª Guerra, ele combateu na Resistência |
DA REDAÇÃO
Morreu ontem aos 110 anos
Lazare Ponticelli, o último veterano francês da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918).
Ele morava com uma filha no
subúrbio parisiense de Kremlin-Bicêtre e seu corpo será sepultado na segunda-feira, com
honras nacionais, no Museu
Militar dos Inválidos, em Paris.
O penúltimo veterano francês do conflito, do qual participaram 8,5 milhões de franceses
e que terminou com 1,4 milhão
de militares franceses mortos,
havia morrido em 20 de janeiro, também com 110 anos.
Já morreram desde o início
do ano sete veteranos da Primeira Guerra. O menos idoso, o
americano Matthews Floyd
Skipper, estava com 105 anos.
Embora as estatísticas sejam
imprecisas-a Alemanha não
possui um ministério para o
acompanhamento de seus ex-combatentes-, é provável que
estejam ainda vivos apenas 11
ex-militares daquela época.
Legião Estrangeira
A morte de Ponticelli foi
anunciada em comunicado pelo presidente Nicolas Sarkozy.
O ex-soldado nasceu na Itália
e emigrou para Paris aos nove
anos. Falsificou o documento
de identidade para poder se
alistar aos 16 anos na Legião
Estrangeira. Combateu em seguida pela Itália, quando aquele
país mudou de lado na guerra e
se tornou um dos aliados.
Na Segunda Guerra, Ponticelli, já naturalizado francês,
combateu na Resistência aos
alemães. Ele e seus irmãos criaram uma empresa de tubos de
calefação e combustíveis que
emprega 4.000 pessoas.
Ponticelli foi sondado para
que seus funerais tivessem uma
dimensão bem maior. O plano
oficial era sepultá-lo no Panteão, monumento em que estão
os heróis nacionais. Ele recusou e preferiu ser transportado
ao cemitério mais modesto em
que estão seus familiares.
Na próxima segunda-feira,
antes do sepultamento, seu
corpo será homenageado em
cerimônia na qual estarão presentes Sarkozy e membros do
governo. A guarda de honra será da Legião Estrangeira, pela
qual Ponticelli combateu.
Com agências internacionais
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