São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Último veterano francês de 1914-18 morre em Paris

Lazare Ponticelli nasceu na Itália e tinha 110 anos; para se alistar, aos 16, falseou idade e serviu na Legião Estrangeira

Governo queria enterrá-lo com heróis no Panteão, mas ele preferiu cemitério em que estão seus parentes; honras militares serão na 2ª


François Mori - 16.dez.07/Associated Press
Ponticelli quando completou 110 anos, em dezembro; na 2ª Guerra, ele combateu na Resistência


DA REDAÇÃO

Morreu ontem aos 110 anos Lazare Ponticelli, o último veterano francês da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Ele morava com uma filha no subúrbio parisiense de Kremlin-Bicêtre e seu corpo será sepultado na segunda-feira, com honras nacionais, no Museu Militar dos Inválidos, em Paris.
O penúltimo veterano francês do conflito, do qual participaram 8,5 milhões de franceses e que terminou com 1,4 milhão de militares franceses mortos, havia morrido em 20 de janeiro, também com 110 anos.
Já morreram desde o início do ano sete veteranos da Primeira Guerra. O menos idoso, o americano Matthews Floyd Skipper, estava com 105 anos. Embora as estatísticas sejam imprecisas-a Alemanha não possui um ministério para o acompanhamento de seus ex-combatentes-, é provável que estejam ainda vivos apenas 11 ex-militares daquela época.

Legião Estrangeira
A morte de Ponticelli foi anunciada em comunicado pelo presidente Nicolas Sarkozy.
O ex-soldado nasceu na Itália e emigrou para Paris aos nove anos. Falsificou o documento de identidade para poder se alistar aos 16 anos na Legião Estrangeira. Combateu em seguida pela Itália, quando aquele país mudou de lado na guerra e se tornou um dos aliados.
Na Segunda Guerra, Ponticelli, já naturalizado francês, combateu na Resistência aos alemães. Ele e seus irmãos criaram uma empresa de tubos de calefação e combustíveis que emprega 4.000 pessoas.
Ponticelli foi sondado para que seus funerais tivessem uma dimensão bem maior. O plano oficial era sepultá-lo no Panteão, monumento em que estão os heróis nacionais. Ele recusou e preferiu ser transportado ao cemitério mais modesto em que estão seus familiares.
Na próxima segunda-feira, antes do sepultamento, seu corpo será homenageado em cerimônia na qual estarão presentes Sarkozy e membros do governo. A guarda de honra será da Legião Estrangeira, pela qual Ponticelli combateu.


Com agências internacionais


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