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OUTRO LADO
Empresário acha o livro um "lixo", diz assessor
DA REDAÇÃO
O magnata da imprensa e
candidato a primeiro-ministro da Itália pela coalizão de
centro-direita, Silvio Berlusconi, acredita que o livro
"L'Odore dei Soldi" (o cheiro do dinheiro), de Marco
Travaglio e Ennio Veltri, seja
um "lixo", segundo Paolo
Romani, secretário regional
da Força Itália, na Lombardia, norte do país.
Para ele, a relação de Berlusconi com o mafioso Vittorio Mangano, que hoje
cumpre pena de prisão perpétua por assassinato a
mando da máfia e narcotráfico, foi exclusivamente profissional.
"A ligação de Berlusconi
com Mangano é a seguinte:
em 1973, Berlusconi pediu a
(Marcello) Dell'Utri (seu
braço direito) que contratasse alguém para cuidar dos
cavalos que tinha na vila de
Arcore (perto de Milão). Dell'Utri, sem saber que Mangano tinha elo com a máfia,
contratou-o para ser o caseiro da vila", disse Romani.
"Mangano trabalhou lá até
1975 e, quando foi acusado
de ter ligação com a máfia,
foi despedido por Berlusconi, que, à época, não podia
saber que ele tinha envolvimento com criminosos."
Romani afirmou ainda
que a tentativa de ligar o megaempresário a Toto Riina
-chefe da Cosa Nostra nos
anos 90, que também cumpre pena de prisão perpétua
atualmente- só interessa
ao próprio Riina.
"Riina é o único interessado em ligar Berlusconi à lavagem de dinheiro sujo e ao
assassinato dos juízes Paolo
Borsellino e Giovanni Falcone. Berlusconi e os italianos
não sabem como tais acusações podem ser feitas. Trata-se de uma campanha para
desmoralizar Berlusconi",
declarou Romani.
"Quando Borsellino e Falcone foram assassinados,
em 1992, Berlusconi não fazia política. Sua carreira política só começou em 1994,
quando a Força Itália foi
fundada", acrescentou.
Para Romani, a denúncia
de que Berlusconi tem muito
dinheiro em paraísos fiscais
para pagar menos impostos
também é vazia.
"Berlusconi nunca fez nada ilegal. Qualquer bom administrador busca meios de
pagar menos impostos, seja
na Europa seja em outros lugares. Mas essa prática foi
abandonada há vários anos.
Hoje Berlusconi não tem
mais nenhuma empresa em
paraísos fiscais e paga ao Estado o equivalente a US$ 2
milhões por dia."
(MSM)
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