São Paulo, domingo, 13 de maio de 2001

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OUTRO LADO

Empresário acha o livro um "lixo", diz assessor

DA REDAÇÃO

O magnata da imprensa e candidato a primeiro-ministro da Itália pela coalizão de centro-direita, Silvio Berlusconi, acredita que o livro "L'Odore dei Soldi" (o cheiro do dinheiro), de Marco Travaglio e Ennio Veltri, seja um "lixo", segundo Paolo Romani, secretário regional da Força Itália, na Lombardia, norte do país.
Para ele, a relação de Berlusconi com o mafioso Vittorio Mangano, que hoje cumpre pena de prisão perpétua por assassinato a mando da máfia e narcotráfico, foi exclusivamente profissional.
"A ligação de Berlusconi com Mangano é a seguinte: em 1973, Berlusconi pediu a (Marcello) Dell'Utri (seu braço direito) que contratasse alguém para cuidar dos cavalos que tinha na vila de Arcore (perto de Milão). Dell'Utri, sem saber que Mangano tinha elo com a máfia, contratou-o para ser o caseiro da vila", disse Romani.
"Mangano trabalhou lá até 1975 e, quando foi acusado de ter ligação com a máfia, foi despedido por Berlusconi, que, à época, não podia saber que ele tinha envolvimento com criminosos."
Romani afirmou ainda que a tentativa de ligar o megaempresário a Toto Riina -chefe da Cosa Nostra nos anos 90, que também cumpre pena de prisão perpétua atualmente- só interessa ao próprio Riina.
"Riina é o único interessado em ligar Berlusconi à lavagem de dinheiro sujo e ao assassinato dos juízes Paolo Borsellino e Giovanni Falcone. Berlusconi e os italianos não sabem como tais acusações podem ser feitas. Trata-se de uma campanha para desmoralizar Berlusconi", declarou Romani.
"Quando Borsellino e Falcone foram assassinados, em 1992, Berlusconi não fazia política. Sua carreira política só começou em 1994, quando a Força Itália foi fundada", acrescentou.
Para Romani, a denúncia de que Berlusconi tem muito dinheiro em paraísos fiscais para pagar menos impostos também é vazia.
"Berlusconi nunca fez nada ilegal. Qualquer bom administrador busca meios de pagar menos impostos, seja na Europa seja em outros lugares. Mas essa prática foi abandonada há vários anos. Hoje Berlusconi não tem mais nenhuma empresa em paraísos fiscais e paga ao Estado o equivalente a US$ 2 milhões por dia." (MSM)



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