São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

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Israel desmobiliza reservistas

DA REDAÇÃO

O Exército de Israel desmobilizou parte dos reservistas que haviam sido convocados para uma possível operação militar na faixa de Gaza em retaliação a um atentado perto de Tel Aviv que matou 15 pessoas na semana passada. A ação foi suspensa por tempo indeterminado.
Em Belém (Cisjordânia), cerca de mil pessoas foram às primeiras cerimônias religiosas em mais de um mês na igreja da Natividade -cercada por 38 dias, até sexta-feira, por Israel, que buscava "terroristas" refugiados no local.
O ministro da Defesa de Israel, Benyamin Ben Eliezer, afirmou que a decisão de não realizar a ofensiva na faixa de Gaza por enquanto foi tomada para dar "uma chance para as negociações de paz e esperar um pouco".
"O que nós faremos, o tamanho de uma operação, tudo dependerá do outro lado, e nos reservamos o direito de agir quando e como quisermos", disse o ministro.
Segundo a imprensa israelense, o ataque foi suspenso por pressão dos EUA, que quer uma pausa na violência para tentar implementar negociações diplomáticas.
A ofensiva na faixa de Gaza seria uma resposta ao atentado suicida que matou 15 pessoas em um clube de bilhar perto de Tel Aviv (Israel) na terça-feira. A região foi poupada da ofensiva israelense, restrita à Cisjordânia, realizada a partir de 29 de março em reação a onda de atentados suicidas e encerrada na sexta-feira com o levantamento do cerco a Belém.
Os israelenses afirmam que a operação na faixa de Gaza, assim como a da Cisjordânia, buscaria desmantelar uma infra-estrutura terrorista. Os palestinos afirmam que Israel busca reocupar os territórios sob administração da Autoridade Nacional Palestina.
Israel afirma que o anúncio antecipado da ofensiva na faixa de Gaza fez com que muitos militantes procurados pudessem se esconder.

Belém
Com a realização de missas dos vários ramos do cristianismo, foram retomadas as atividades, após mais de cinco semanas de interrupção, na igreja da Natividade em Belém, onde, de acordo com a tradição cristã, nasceu Jesus.
O papa João Paulo 2º disse no Vaticano ter sentido um grande alívio com o fim do cerco e a retomada das missas e pediu o restabelecimento da confiança entre palestinos e israelenses.
Até 200 pessoas, entre militantes palestinos armados, civis, religiosos e ativistas estrangeiros ficaram refugiados na igreja da Natividade a partir de 2 de abril, após os militantes palestinos se refugiarem no local. Para o impasse ser encerrado, Israel, que buscava 13 palestinos considerados terroristas, concordou que eles fossem deportados ao Chipre e posteriormente a países europeus. Israel disse que pedirá a extradição dos militantes aos países onde eles forem asilados, o que deve ser definido hoje pela União Européia.
O líder palestino Iasser Arafat anunciou que viajará hoje para as cidades palestinas de Belém, Jenin e Nablus, na sua primeira viagem após o fim do seu confinamento em seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia).
Na faixa de Gaza, um palestino matou seu chefe israelense com um tiro na cabeça, do lado de fora da colônia judaica de Rafiah Yam. O grupo extremista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (grupo político de Arafat), reivindicou a ação.
Ao menos 1.347 palestinos e 474 israelenses já morreram desde o início da Intifada, a revolta palestina contra a ocupação israelense, em setembro de 2000.


Com agências internacionais



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