São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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País anuncia novo passo para produzir bomba

DA REDAÇÃO

Acirrando a tensão em torno de seu programa nuclear, a Coréia do Norte anunciou anteontem que completou a retirada de 8 mil varetas metálicas contendo plutônio do reator de seu principal complexo nuclear, em Yongbyon. A medida permite que o país obtenha combustível para confeccionar bombas atômicas.
A Coréia do Norte proíbe a entrada de inspetores nucleares no país desde 2002, o que torna impossível checar as informações. Segundo a imprensa sul-coreana, caso reprocessadas, as varetas podem liberar plutônio suficiente para produzir duas bombas.
Em fevereiro, o governo norte-coreano afirmou que tinha armas nucleares, e, recentemente, Mohamed El Baradei, chefe da agência nuclear da ONU (AIEA), disse que o país tinha plutônio suficiente para produzir até seis bombas.
O anúncio norte-coreano ocorre em meio a especulações sobre um teste nuclear que, segundo autoridades dos EUA, seria promovido em breve. Satélites espiões registraram imagens da escavação de um túnel que a inteligência americana vê como indício do teste.
Pyongyang disse que os EUA estavam "fazendo tempestade num copo d'água", mas não confirmou nem negou o teste.
Nesta semana, o secretário-assistente de Estado Christopher Hill, o principal negociador americano para a questão, deve visitar a Coréia do Sul a fim de tentar trazer Pyongyang de volta à mesa de negociação.
Ontem, foi a vez da China de exortar Washington e Pyongyang a mostrar "flexibilidade" e a retomar as conversas sobre o desarmamento.
"As negociações em seis partes são o único modo de resolver o impasse nuclear na península da Coréia", disse a China. As conversas, que envolviam a Coréia do Sul, o Japão, a China e a Rússia, além dos EUA e da Coréia do Norte, foram abandonadas em fevereiro.
A medida é uma tentativa de evitar que o país seja submetido a sanções, já que os EUA não descartam levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Pyongyang diz que uma ação como essa equivaleria a uma "declaração de guerra".


Com agências internacionais

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