São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2011

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China vai usar sua moeda para 50% do comércio até 2015

Estudo do banco HSBC mostra que o gigante asiático está largando dólar e outras moedas de países ricos

América Latina oferece melhores perspectivas de aumento de negócios para pequenas e médias empresas brasileiras


JULIANA ROCHA
DE SÃO PAULO

A estratégia da China de aumentar a importância mundial da sua moeda local vai fazer com que a metade do comércio exterior do país seja em yuan (também chamado de renmimbi) até 2015.
A previsão é do diretor global de comércio e serviços internacionais do HSBC, Rakesh Bhatia, para quem a escalada do yuan como moeda global não deve provocar desvalorização do dólar.
Atualmente, cerca de 7% das exportações e importações da China são negociadas em yuan. No primeiro trimestre deste ano, a corrente de comércio chinesa foi de US$ 800 bilhões.
"A moeda chinesa vem se tornando importante no comércio exterior. As empresas chinesas insistem em usar a moeda nos negócios externos", disse Bhatia à Folha.
O executivo do banco inglês radicado em Hong Kong calcula que o uso da moeda local no comércio exterior chinês tenha crescido 20 vezes no primeiro trimestre deste ano em comparação com os três primeiros meses de 2010, para 360 bilhões de yuans (cerca de US$ 55,4 bi).
O yuan ultrapassou a libra como moeda de preferência no pagamento de compras e vendas do comércio global e agora está em terceiro lugar neste ranking, atrás do dólar e do euro.
É o que mostra o índice de confiança em comércio exterior do HSBC, obtido com exclusividade pela Folha no Brasil. O banco consultou mais de 6.000 pequenas e médias empresas em 21 países, inclusive no Brasil, entre fevereiro e março deste ano.
A maior parte do comércio em yuan ainda é entre a China e empresas asiáticas. Parte do Oriente Médio e norte da África (13% das empresas) também já adotaram a moeda chinesa.
Entre as empresas brasileiras, nenhuma pretende fechar negócio em yuan neste semestre, mas o banco aposta que elas passem a adotá-lo no longo prazo.

COMÉRCIO REGIONAL
Apesar de a China ser o principal parceiro comercial do Brasil, as pequenas e médias empresas nacionais preferem exportar ou importar da América Latina, diz o mesmo estudo.
Para 40% destas empresas, a região oferece as melhores perspectivas de crescimento do comércio.
O índice de confiança mostrou que 68% das pequenas e médias empresas brasileiras vendem ou compram mais da América Latina.
Entre os parceiros regionais, a China aparece atrás dos Estados Unidos, do Canadá e dos países do centro e leste europeus.
Para Eric Striegler, chefe do departamento de comércio internacional do HSBC, as diferenças culturais e a distância são barreiras para a interação comercial com as pequenas e médias empresas do Brasil.


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