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Aviões quebram 'atmosfera'
de Londres
A chuva e o barulho dos aviões
que passam frequentemente sobre
o teatro devem ser os maiores obstáculos para o sucesso do Globe.
Com olhar otimista, pode-se até
dizer que a primeira dá um ar mais
"real" ao que seria o verdadeiro
teatro shakespeariano, que o Globe tenta reproduzir em detalhe.
Por sorte, Londres tem vivido
um período incomum de seca. Anteontem, porém, alguns pingos
caíram durante o ensaio geral para
o espetáculo assistido ontem pela
rainha.
Não foi o suficiente para afugentar os portadores dos ingressos
mais baratos, de 5 libras (US$ 8),
ao ar livre e de pé.
Quem pagar mais caro, até 15 libras, tem direito a um duro assento de madeira. Para amenizar o
problema, almofadas são alugadas
por uma libra.
O mesmo não se pode dizer dos
aviões. A passagem das aeronaves,
pelo menos três durante a apresentação de anteontem, torna
quase impossível ouvir o que os
atores dizem no palco.
Os aviões conseguem quebrar a
atmosfera criada pela música tocada pelo bom grupo de músicos,
pelas roupas de época, pelo toque
do sino antes do espetáculo em vez
da campainha ouvida nos teatros
"modernos".
O ator que representou Richard
Barbage, provavelmente o primeiro Hamlet, disse na performance
de anteontem que o Globe pretende ser um lugar onde os espectadores podem "dormir, comer e ir
embora, se quiserem".
(PHB)
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