São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2007

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IRONIA HISTÓRICA

Putin homenageia o escritor e ex-dissidente Soljenitsin

DA REDAÇÃO

O presidente russo, Vladimir Putin, homenageou ontem o ex-dissidente Alexandre Soljenitsin, com a entrega a sua mulher -o escritor de 88 anos, enfermo, não pôde comparecer à cerimônia do Kremlin- de um dos mais importantes prêmios do país, a medalha do Estado.
Putin era coronel da KGB, o serviço de segurança soviético, quando em 1974 Soljenitsin foi expulso da então URSS por atividades contrárias ao regime. O escritor havia publicado "O Arquipélago do Gulag", pelo qual recebera, quatro anos antes, o Prêmio Nobel de Literatura.
Putin qualificou Soljenitsin de "historiador maior", "o primeiro a ter relatado uma das grandes tragédias soviéticas", menção aos campos de prisioneiros reservados aos que cometiam os chamados crimes de opinião.
A cerimônia de entrega da medalha a Natalia Soljenitsin ocorreu durante as comemorações da declaração de soberania da Rússia, publicada em 1990, no momento em que entrava em colapso a estrutura soviética de poder.
O jornal francês "Le Figaro" afirma que a condecoração, aparentemente paradoxal, já que partiu de um ex-policial em benefício de uma ex-vítima, possui uma dimensão política precisa.
Desde que voltou do exílio, Soljenitsin, que leva uma vida isolada nos arredores de Moscou, tem esporadicamente criticado os Estados Unidos e a Otan, a aliança militar ocidental, por terem "cercado" a Rússia, na tentativa de asfixiar sua soberania.
São posições que coincidem com as do Kremlin.


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