|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PROCESSO DE PAZ
Principal grupo político da OLP diz se preparar para enfrentamento com Israel caso não haja acordo
Palestinos decretam alerta temendo fracasso de cúpula
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O Fatah, principal grupo político da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), decretou
ontem estado de alerta entre seus
membros, para se preparar para
um eventual enfrentamento com
Israel se a reunião de cúpula de
Camp David, nos EUA, fracassar.
Os governos israelense e palestino, com a intermediação do governo norte-americano, estão
reunidos desde anteontem na residência de campo da Presidência
americana, em Camp David, para
tentar chegar a um acordo que
possa encerrar as mais de cinco
décadas de conflitos entre as duas
partes.
"Decretamos o estado de alerta
geral para aumentar nossa preparação diante das ameaças israelenses, enfrentar qualquer eventualidade em caso de fracasso da
cúpula de Camp David e para nos
prepararmos para a independência", afirmou o porta-voz do Fatah, Diab al Luh.
É a primeira vez em quatro anos
que o Fatah declara estado de
alerta entre seus membros. Em
1996, o grupo adotou medida semelhante quando o então primeiro-ministro israelense, Binyamin
Netanyahu (conservador), abriu
um túnel debaixo da Esplanada
das Mesquitas, em Jerusalém,
provocando violentos choques
entre palestinos e israelenses.
Até agora, permanece a incógnita sobre os resultados práticos
da reunião. Segundo analistas e
membros das duas delegações, o
principal ponto de discórdia é o
status de Jerusalém.
Israel afirma que Jerusalém é
sua "capital eterna e indivisível",
enquanto os palestinos atrelam
qualquer acordo à declaração da
parte oriental da cidade como capital de seu futuro Estado.
Durante as negociações de Oslo
(Noruega), em 1993, que geraram
o primeiro acordo entre israelenses e palestinos, a definição sobre
Jerusalém já havia sido deixada
para mais tarde. Os dois lados
correm agora contra o tempo para chegar a um acordo até 13 de
setembro, data fixada como limite
para a obtenção de um acordo final.
Para o ministro israelense responsável pelos assuntos de Jerusalém, Haim Ramon, a questão é
tão complexa que os dois países
deveriam se concentrar em chegar a acordos sobre as outras
questões e deixar o problema de
Jerusalém para ser resolvido num
prazo de cinco anos.
Ramon disse não saber se o primeiro-ministro israelense, Ehud
Barak, concorda com suas posições. "Minha avaliação pessoal é
que essa é a melhor solução nas
atuais circunstâncias", disse.
O principal líder palestino em
Jerusalém, Faissal al Husseini,
disse que a definição sobre o destino da cidade, considerada sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos, não deve ser deixada para
depois. "Temos que encerrar essa
questão agora", disse.
Venda cancelada
Num gesto para ganhar apoio
dos EUA, o governo israelense
anunciou ontem o cancelamento
da venda de US$ 250 milhões em
equipamentos militares à China,
incluindo um avião-radar.
A venda era criticada pelo governo norte-americano, que vê a
China como uma das principais
ameaças ao país.
Texto Anterior: Saiba mais sobre os separatistas Próximo Texto: Israel prende ex-ministro Índice
|