São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2000


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PROCESSO DE PAZ
Principal grupo político da OLP diz se preparar para enfrentamento com Israel caso não haja acordo
Palestinos decretam alerta temendo fracasso de cúpula


DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Fatah, principal grupo político da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), decretou ontem estado de alerta entre seus membros, para se preparar para um eventual enfrentamento com Israel se a reunião de cúpula de Camp David, nos EUA, fracassar.
Os governos israelense e palestino, com a intermediação do governo norte-americano, estão reunidos desde anteontem na residência de campo da Presidência americana, em Camp David, para tentar chegar a um acordo que possa encerrar as mais de cinco décadas de conflitos entre as duas partes.
"Decretamos o estado de alerta geral para aumentar nossa preparação diante das ameaças israelenses, enfrentar qualquer eventualidade em caso de fracasso da cúpula de Camp David e para nos prepararmos para a independência", afirmou o porta-voz do Fatah, Diab al Luh.
É a primeira vez em quatro anos que o Fatah declara estado de alerta entre seus membros. Em 1996, o grupo adotou medida semelhante quando o então primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu (conservador), abriu um túnel debaixo da Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, provocando violentos choques entre palestinos e israelenses.
Até agora, permanece a incógnita sobre os resultados práticos da reunião. Segundo analistas e membros das duas delegações, o principal ponto de discórdia é o status de Jerusalém.
Israel afirma que Jerusalém é sua "capital eterna e indivisível", enquanto os palestinos atrelam qualquer acordo à declaração da parte oriental da cidade como capital de seu futuro Estado.
Durante as negociações de Oslo (Noruega), em 1993, que geraram o primeiro acordo entre israelenses e palestinos, a definição sobre Jerusalém já havia sido deixada para mais tarde. Os dois lados correm agora contra o tempo para chegar a um acordo até 13 de setembro, data fixada como limite para a obtenção de um acordo final.
Para o ministro israelense responsável pelos assuntos de Jerusalém, Haim Ramon, a questão é tão complexa que os dois países deveriam se concentrar em chegar a acordos sobre as outras questões e deixar o problema de Jerusalém para ser resolvido num prazo de cinco anos.
Ramon disse não saber se o primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, concorda com suas posições. "Minha avaliação pessoal é que essa é a melhor solução nas atuais circunstâncias", disse.
O principal líder palestino em Jerusalém, Faissal al Husseini, disse que a definição sobre o destino da cidade, considerada sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos, não deve ser deixada para depois. "Temos que encerrar essa questão agora", disse.

Venda cancelada
Num gesto para ganhar apoio dos EUA, o governo israelense anunciou ontem o cancelamento da venda de US$ 250 milhões em equipamentos militares à China, incluindo um avião-radar.
A venda era criticada pelo governo norte-americano, que vê a China como uma das principais ameaças ao país.


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