São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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[+]análise

Texto tem otimismo em excesso

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

Quem lê o relatório elaborado pelo governo George W. Bush pode ficar com a impressão de que a situação no Iraque não está tão ruim como mostram as manchetes dos jornais. Grande engano, observam especialistas.
"Como sempre, a Casa Branca usa um tom excessivamente otimista ao falar das operações naquele país. A verdade é que as coisas pioram a cada dia", afirma Christopher Gelpi, professor de ciência política da Universidade Duke. "A violência está em um nível altíssimo, e os conflitos sectários não acabam. Não se discutiu questões econômicas, como a divisão dos lucros obtidos com a exportação de petróleo", diz Steven Weber, do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade da Califórnia.
Diante da falta de avanços, o Congresso se mostra claramente determinado a tomar as rédeas. Os democratas aprovaram ontem mais um cronograma para a retirada dos militares do Iraque -como ocorreu da primeira vez, Bush deve vetar a proposta.
Agora, de olho nas pesquisas que apontam desaprovação dos americanos à guerra e nas eleições do ano que vem, também os republicanos começam a cobrar uma mudança de curso. "É improvável que os parlamentares façam movimentos mais agressivos como cortar o financiamento às operações. Quando o general Petraeus apresentar o seu relatório, em setembro, vão pedir uma data para que os soldados retornem", afirma Ilan Goldenberg, diretor da consultoria Nacional Security Network.
A um ano e meio do final do mandato, Bush não parece dispor de um plano para por fim à guerra. Se os republicanos passarem do discurso à ação e votarem com os democratas, é possível que os parlamentares consigam iniciar a retirada. Do contrário, é assunto para o próximo presidente resolver.


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