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[+]análise
Texto tem otimismo em excesso
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Quem lê o relatório elaborado pelo governo
George W. Bush pode ficar
com a impressão de que a
situação no Iraque não está tão ruim como mostram
as manchetes dos jornais.
Grande engano, observam
especialistas.
"Como sempre, a Casa
Branca usa um tom excessivamente otimista ao falar das operações naquele
país. A verdade é que as
coisas pioram a cada dia",
afirma Christopher Gelpi,
professor de ciência política da Universidade Duke.
"A violência está em um
nível altíssimo, e os conflitos sectários não acabam.
Não se discutiu questões
econômicas, como a divisão dos lucros obtidos com
a exportação de petróleo",
diz Steven Weber, do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade da
Califórnia.
Diante da falta de avanços, o Congresso se mostra
claramente determinado a
tomar as rédeas. Os democratas aprovaram ontem
mais um cronograma para
a retirada dos militares do
Iraque -como ocorreu da
primeira vez, Bush deve
vetar a proposta.
Agora, de olho nas pesquisas que apontam desaprovação dos americanos
à guerra e nas eleições do
ano que vem, também os
republicanos começam a
cobrar uma mudança de
curso. "É improvável que
os parlamentares façam
movimentos mais agressivos como cortar o financiamento às operações.
Quando o general Petraeus apresentar o seu relatório, em setembro, vão
pedir uma data para que os
soldados retornem", afirma Ilan Goldenberg, diretor da consultoria Nacional Security Network.
A um ano e meio do final
do mandato, Bush não parece dispor de um plano
para por fim à guerra. Se os
republicanos passarem do
discurso à ação e votarem
com os democratas, é possível que os parlamentares
consigam iniciar a retirada. Do contrário, é assunto
para o próximo presidente
resolver.
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