São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chávez e Zelaya anunciam nova tentativa de regresso ao país

DO ENVIADO A TEGUCIGALPA

Em meio ao impasse nas negociações, Manuel Zelaya e o seu principal aliado internacional, o venezuelano Hugo Chávez, voltaram a afirmar ontem que haverá, nos próximos dias, uma nova tentativa de o presidente deposto voltar ao país.
Em declarações ao canal Telesur ontem, Zelaya disse que voltará "em qualquer momento, em qualquer dia, em qualquer lugar. Isso é uma certeza que eles [o governo interino] têm de ter".
Já Chávez, em seu programa de TV Alô, Presidente, disse que "falta pouco tempo para os generais golpistas de Honduras" e acusou o governo Barack Obama de ser ambíguo sobre a deposição de Zelaya.
"Se o governo dos EUA não apoiasse de verdade o golpe, já teria retirado todas as suas tropas de Palmerola [base americana no país]", disse Chávez.
O presidente venezuelano também criticou a detenção em Tegucigalpa, na noite de anteontem, de cinco jornalistas dos canais Telesur e Venezuelana de Televisão (VTV), ambos controlados por Caracas. As equipes foram detidas quando estavam no saguão de um hotel e levadas para prestar depoimento à Promotoria, quando alegam ter recebido ameaças de morte.
Os jornalistas foram liberados na madrugada de ontem, mas ficaram impedidos de deixar o hotel Clarion até por volta das 7h por policiais hondurenhos. Outros jornalistas estrangeiros hospedados no mesmo local também tiveram o mesmo problema.
Até o fechamento desta edição, o governo do presidente interino, Roberto Micheletti, não havia se pronunciado sobre o incidente.

Incidente com o "Times"
Já na Venezuela, um fotógrafo a serviço do jornal americano "New York Times" foi detido em Barinas por seguranças do governador do Estado, Adán Chávez, irmão do presidente venezuelano. O incidente, relatado pela imprensa local, não foi desmentido nem pelo governo venezuelano nem pelo jornal americano.
Scott Dalton foi detido por meia hora dentro de um banheiro, enquanto tentava fotografar um evento do qual participava Adán. Os seguranças o acusaram de ser "agente da CIA [agência americana de inteligência]" e apagaram todas as fotos de sua câmera. Após ser liberado, Dalton foi impedido de continuar cobrindo o evento.


Texto Anterior: Honduras põe fim a toque de recolher
Próximo Texto: China proíbe reuniões em palco de conflito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.