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Chávez e Zelaya anunciam nova tentativa de regresso ao país
DO ENVIADO A TEGUCIGALPA
Em meio ao impasse nas negociações, Manuel Zelaya e o
seu principal aliado internacional, o venezuelano Hugo Chávez, voltaram a afirmar ontem
que haverá, nos próximos dias,
uma nova tentativa de o presidente deposto voltar ao país.
Em declarações ao canal Telesur ontem, Zelaya disse que
voltará "em qualquer momento, em qualquer dia, em qualquer lugar. Isso é uma certeza
que eles [o governo interino]
têm de ter".
Já Chávez, em seu programa
de TV Alô, Presidente, disse
que "falta pouco tempo para os
generais golpistas de Honduras" e acusou o governo Barack
Obama de ser ambíguo sobre a
deposição de Zelaya.
"Se o governo dos EUA não
apoiasse de verdade o golpe, já
teria retirado todas as suas tropas de Palmerola [base americana no país]", disse Chávez.
O presidente venezuelano
também criticou a detenção em
Tegucigalpa, na noite de anteontem, de cinco jornalistas
dos canais Telesur e Venezuelana de Televisão (VTV), ambos
controlados por Caracas. As
equipes foram detidas quando
estavam no saguão de um hotel
e levadas para prestar depoimento à Promotoria, quando
alegam ter recebido ameaças
de morte.
Os jornalistas foram liberados na madrugada de ontem,
mas ficaram impedidos de deixar o hotel Clarion até por volta
das 7h por policiais hondurenhos. Outros jornalistas estrangeiros hospedados no mesmo local também tiveram o
mesmo problema.
Até o fechamento desta edição, o governo do presidente
interino, Roberto Micheletti,
não havia se pronunciado sobre
o incidente.
Incidente com o "Times"
Já na Venezuela, um fotógrafo a serviço do jornal americano "New York Times" foi detido em Barinas por seguranças
do governador do Estado, Adán
Chávez, irmão do presidente
venezuelano. O incidente, relatado pela imprensa local, não
foi desmentido nem pelo governo venezuelano nem pelo
jornal americano.
Scott Dalton foi detido por
meia hora dentro de um banheiro, enquanto tentava fotografar um evento do qual participava Adán. Os seguranças o
acusaram de ser "agente da CIA
[agência americana de inteligência]" e apagaram todas as
fotos de sua câmera. Após ser liberado, Dalton foi impedido de
continuar cobrindo o evento.
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