São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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ÁSIA

Reunião de alto escalão faz "progressos", dizem autoridades

Coréias retomam diálogo após 9 meses e evitam temas econômicos

DA REDAÇÃO

No primeiro dia de reunião entre ministros das duas Coréias em Seul (capital sul-coreana), foi discutido intercâmbio esportivo entre os dois países, a construção de uma ferrovia que atravesse a fronteira e a realização de encontros de parentes que estão separados entre os dois lados. Não houve discussão de temas econômicos.
O encontro, que se encerra amanhã, é o primeiro entre autoridades do alto escalão dos dois países em nove meses. No ano passado, após os atentados de 11 de setembro, as relações bilaterais esfriaram porque os Estados Unidos incluíram a Coréia do Norte entre os países do "eixo do mal", ao lado do Irã e do Iraque.
As propostas de ontem foram feitas pela Coréia do Sul e não há detalhes sobre a resposta dos norte-coreanos. Autoridades dos dois lados disseram que foram feitos "progressos". Os sul-coreanos querem primeiro implementar o que já vinha sendo estudado antes e somente depois começar a analisar novas propostas.
A península coreana foi ocupada por americanos e soviéticos ao final da Segunda Guerra (1939-45), e, em 1948, a divisão foi formalizada: Coréia do Sul, aliada dos EUA, e Coréia do Norte, comunista e aliada da URSS. Entre 1950 e 53, os dois países entraram em guerra. Não houve acordo de paz, apenas trégua.
Mesmo com o fim da URSS, a Coréia do Norte continuou fechada para o mundo. Em 2000 foi iniciada um processo de reconciliação, e o presidente da Coréia do Sul, Kim Dae-jung, recebeu o Nobel da Paz. Os dois países competiram sob a mesma bandeira nos Jogos Olímpicos de Sydney.
Mas, no ano passado, as relações esfriaram e culminaram com choques navais em junho.
Kim quer deixar como herança de seu mandato uma reaproximação entre o sul e o norte. Em dezembro serão realizadas eleições presidenciais na Coréia do Sul. O atual presidente não pode tentar a reeleição.
"Tanto a Coréia do Sul como a Coréia do Norte não têm muito tempo agora", disse Koh Yu-hwan, professor de assuntos norte-coreanos da Universidade Dongguk, de Seul. "No sul, haverá eleições; no norte, há uma forte necessidade de ajuda externa para reconstruir o país."


Com agências internacionais


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