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AMÉRICA LATINA
Venezuela é alertada para não abrigar rebelde
Governo norte-americano anuncia aumento do auxílio à Colômbia
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos intensificarão o treinamento de soldados colombianos para combater os grupos armados ilegais do país, afirmou ontem o chefe do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas americanas, Richard Myers,
ao final de uma visita de dois dias
à Colômbia.
De acordo com Richard Myers,
é do interesse dos Estados Unidos
e de outros países da região que o
governo colombiano derrote os
grupos rebeldes terroristas que
mantêm uma guerra civil de mais
de quatro décadas.
"Terrorismo de qualquer forma
afeta a estabilidade e a segurança
não somente da Colômbia mas de
todo o hemisfério Ocidental", declarou Myers.
Richard Myers visitou o país para verificar os resultados do Plano
Colômbia de combate ao narcotráfico (fonte de financiamento
dos grupos ilegais), que já recebeu
mais de US$ 2 bilhões dos governo dos Estados Unidos. O apoio
reforça o processo de paz iniciado
pelo presidente Álvaro Uribe,
eleito em maio do ano passado
prometendo pulso firme contra
os grupos armados colombianos.
Myers se reuniu com Uribe,
com a ministra da Defesa, Marta
Lucía Ramírez, a ministra das Relações Exteriores, Carolina Barco,
e com chefes militares.
O general afirmou que os Estados Unidos poderiam transferir
parte de sua ajuda de combate ao
narcotráfico para fortificar a campanha colombiana contra as
guerrilhas de esquerda e os paramilitares de direita, treinando
mais suas tropas.
"Alguns desses treinamentos
podem mudar de caráter quando
mais e mais batalhões forem treinados", declarou Myers.
A visita de Myers coincide com
a discussão, no Congresso norte-americano, sobre a ajuda que o
país dará à Colômbia.
A Câmara dos Deputados aprovou no mês passado uma ajuda de
US$ 731 milhões para a Colômbia
e para outros seis países da região
em 2004. O Senado ainda não votou a proposta.
Indireta
Em alusão à Venezuela, acusada
de dar abrigo a membros das
guerrilhas esquerdistas colombianas, o chefe do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas norte-americanas advertiu os países da
região de que não devem "ajudar
combatentes da guerra civil colombiana".
A Venezuela já negou que abrigue rebeldes colombianos ou
mantenha contatos com eles e pediu aos Estados Unidos que não
interferissem em assuntos internos do país.
"Acho que há mais para aprender a respeito da Venezuela, e nós
vamos continuar a explorar isso,
então não quero avançar neste
ponto", disse Myers.
"Mas, apenas para voltar à analogia com o Iraque, não ajuda
quando países como a Síria permitem que combatentes estrangeiros entrem no Iraque para matar membros da coalizão [anglo-americano]."
"Aqui [na Colômbia] qualquer
um que dê qualquer abrigo ou
ajuda a terroristas está no lado errado da luta, e teremos de continuar a desenvolver inteligência e
continuar a trabalhar com os governos da região para assegurar
que isso não ocorra", afirmou.
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