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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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INFORMÁTICA

Em várias partes do mundo, "vermes" invadem o Windows pela internet e obrigam o usuário a fechar o computador

Vírus atacam milhões de micros em 2 dias

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Milhões de computadores nos EUA e em outras partes do mundo vêm sendo atacados desde anteontem por vírus que invadem sistemas operacionais Windows e obriga os usuários a fechar ou reinicializar suas máquinas.
Esses vírus são do tipo "verme" -que se propaga sem a intervenção do usuário do computador ao implantar-se em seu sistema operacional. Eles entram no momento em que o usuário está navegando pela internet.
Dois vírus vêm se disseminando: o "LoveSan" e o "WinBlast". No primeiro caso, o problema gera ainda uma mensagem criticando a falta de segurança do sistema operacional da Microsoft.
"Billy Gates, por que você tornou isso possível? Pare de se preocupar em ganhar dinheiro e dê um jeito em seu software", diz a mensagem, que cita o fundador e dono da Microsoft, Bill Gates.
Ao contrário da maioria dos vírus, que infectam computadores via e-mail, o "verme" se aproveita de uma falha em quase todas as versões do Windows e o obriga a ser encerrado.
Quando o usuário reinicializa o computador, tudo parece voltar ao normal. Minutos depois que começa a navegar pela internet, a mesma mensagem de encerrar reaparece na tela. Em um minuto, o computador apaga.
O problema ainda pode causar uma diminuição do espaço de memória e tornar a conexão na internet cada vez mais lenta.
Os vírus atacaram principalmente computadores domésticos, que possuem versões de programas antivírus inferiores aos da grandes corporações.
Várias empresas e a própria Microsoft disponibilizaram endereços na rede para atualizar o Windows e fechar a porta por onde os vírus entram. O problema é que muitos usuários não têm os antivírus capazes de destruir o "verme", que precisa ser eliminado antes de ter seu acesso bloqueado.
Além dos computadores domésticos, centenas de empresas nos EUA, na Europa e na Ásia tiveram as atividades comprometidas nos dois últimos dias e estimam milhões de dólares em prejuízo.
Na Alemanha, o caso mais grave foi registrado pela montadora BMW, que teve boa parte de sua área comercial afetada ontem.
A Microsoft informa que desde julho vinha avisando em seu site sobre a possibilidade da ocorrência de um ataque como o dos últimos dias.

Brasil pouco afetado
No Brasil, os fabricantes de programas antivírus ouvidos pela Folha não souberam indicar com precisão o número de computadores infectados no país, mas os dados fornecidos sugerem efeitos bastante restritos. A Symantec diz ter recebido 140 cópias do vírus para análise. A McAfee diz ter sido procurada por 25 empresas, mas não informa quantas máquinas foram infectadas em cada uma delas. Para a Panda Software, o vírus havia contaminado 2,08% dos computadores brasileiros até o fechamento desta edição -a empresa não divulgou o método usado para chegar a esse número.


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