São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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Georgiano recebe apoio de ex-satélites soviéticos

DA REDAÇÃO

Presidentes da Polônia e líderes das ex-repúblicas soviéticas da Ucrânia, Lituânia, Letônia e Estônia juntaram-se ao presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, num comício ontem em que jurou "punir" a Rússia por lançar o maior ataque contra o país desde o esfacelamento da URSS, em 1991.
"Nosso vizinho acha que pode lutar contra nós. Estamos dizendo que não", disse o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, sobre a Rússia.
Pelo menos 150 mil manifestantes tomaram a principal rua de Tbilisi em apoio a Saakashvili. O presidente apareceu à multidão durante uma pausa do encontro com Nicolas Sarcozy, que lhe apresentou o plano de paz negociado com a Rússia. Sarcozy, no entanto, não participou do comício.
No comício, Saakashvili disse que tiraria a Geórgia da CEI e classificou os soldados de manutenção da paz russos na Ossétia do Sul e na Abkházia como "forças de ocupação".
Aplaudiu-o a multidão, que erguia cartazes onde se lia: "Te amamos, Misha" (diminutivo de Mikhail) e pôsteres mostrando o primeiro-ministro russo Vladimir Putin como terrorista.
Parte dos manifestantes ainda acreditava na contra-informação, difundida na véspera pelo governo georgiano, de que a Rússia teria capturado a cidade de Gori, a cerca de 70 quilômetros da capital, e seguido em frente para atacar Tbilisi, relatou o jornal britânico "The Independent".
"Somos uma nação de guerreiros e lutaremos até o fim. Vamos destruir os russos e retomar Gori, tirá-los da Ossétia do Sul e recuperar a Abkházia", disse Gia Loria, 53.
A última manifestação nessa escala em Tbilisi fora em novembro passado, com a pressão de partidos de oposição pela renúncia de Saakashvili. Os protestos foram reprimidos e eleições presidenciais, antecipadas para janeiro. Saakashvili venceu com 53% dos votos, em meio a denúncias de fraude.
Com a guerra, Saakashvili ganhou aura de herói anti-russo. No entanto, o apoio pode ser revertido caso seja responsabilizado pela população por precipitar a reação russa, com o ataque-surpresa à capital da Ossétia do Sul.


Com agências internacionais


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