São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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ONU tem de aprovar nova ação, diz jurista

DA REDAÇÃO

As resoluções do Conselho de Segurança da ONU adotadas após a derrota do Iraque na Guerra do Golfo (1991) -que obrigam Saddam Hussein a destruir seus arsenais sob supervisão internacional- não servem como base legal para um ataque contra Bagdá.
Essa é a opinião do jurista britânico Geoffrey Robertson, autor de "Crimes Against Humanity" (Crimes contra a humanidade). Em artigo no semanário "The Observer", Robertson sustenta que uma ofensiva só seria justificada após o Conselho de Segurança reavaliar a questão do desarmamento.
Ele argumenta que o dossiê contra o Iraque que o premiê britânico, Tony Blair, promete divulgar "pode conter provas suficientes para que o Conselho de Segurança determine, segundo o artigo 39 da Carta da ONU, que, a menos que Saddam concorde com um ultimato para permitir inspeções de armas, a sua liderança constitui uma real ameaça à paz e segurança internacional".
E acrescenta: "Tendo feito esse julgamento, o Conselho de Segurança poderia então dar um mandato aos EUA e aos seus aliados para usar a força para removê-lo".
Robertson, conselheiro da rainha britânica, diz que o mundo precisa de novas leis, e não de guerras, para lidar com a proliferação de armas químicas e nucleares. "O problema é que o comportamento que torna Saddam perigoso não é uma violação. Não há lei, por exemplo, contra a posse de armas nucleares."


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