|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACIDENTE
Avião que caiu no Mar Negro teria sido atingido durante exercícios militares
Ucrânia admite versão do míssil
DA REDAÇÃO
A Ucrânia admitiu pela primeira vez ontem que um avião de
passageiro russo que caiu no Mar
Negro na última semana deve ter
sido explodido no céu por um
míssil em teste pelas Forças Armadas do país.
Os 78 tripulantes e passageiros,
a maioria de israelenses nascidos
na Rússia, morreram depois que
o avião e caiu no mar no último
dia 4.
A Ucrânia, cujas Forças Armadas haviam primeiramente negado a responsabilidade, disse ontem que um míssil lançado durante exercícios militares na península da Criméia, no mar Negro, poderia ter causado o desastre. "A causa pode ter sido uma
colisão acidental com um míssil
S200 lançado durante exercícios
ucranianos", afirmou Evhen Marchuk, chefe do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, em
uma coletiva de imprensa para
apresentar as descobertas preliminares da investigação.
"É difícil para mim, um cidadão
ucraniano, dizer isso, mas há
muita informação a favor dessa
versão", declarou Marchuk no
porto de Sochi, no sul da Rússia,
onde a investigação está baseada.
Vladimir Rushailo, chefe do
Conselho de Segurança da Rússia,
afirmou na coletiva de imprensa
que os investigadores tinham
concluído que a explosão resultou
de um ataque realizado por um
míssil antiaéreo.
O medo inicial de que o avião
pudesse ter sido alvo do terrorismo, depois dos ataques de 11 de
setembro na Costa Leste norte-americana, rapidamente sumiu
diante das suspeitas de que os
exercícios ucranianos a 200 km
do local da queda eram culpados.
Pouco depois do desastre, oficiais norte-americanos afirmaram que um satélite espião mostrou um rastro do míssil nas redondezas do local da queda do
avião.
O ministro da Defesa e das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksander Kuzmuk, negou repetidamente nos dias após a queda que
as suas forças fossem culpadas,
dizendo que os exercícios estavam fora do alcance do avião, que
ia de Tel Aviv à Sibéria.
Na quinta-feira, oficiais revelaram que Kuzmuk havia pedido
demissão depois que relatórios
apareceram implicando a Ucrânia, mas que o presidente Leonid
Kuchma havia recusado seu pedido, querendo esperar o relatório
da queda. Ontem, o ministro da
Defesa disse que apoiava a declaração de Marchuk, mas não fez
outros comentários.
Uma coletiva de imprensa com
oficiais de alto escalão está marcada para hoje em Kiev.
Enquanto a aeronave caía, o
controle de tráfego aéreo russo
ouviu o piloto desesperadamente
perguntar onde o avião sido atingido. "É tudo o que ouvimos. O
piloto perguntou a um dos tripulantes do avião: "Onde fomos atingidos?'", disse Vladimir Zhukov,
vice-líder do controle de tráfego
aéreo do Norte do Cáucaso, ao
jornal "Kommersant".
Texto Anterior: Para especialistas, ONU falha contra Aids Próximo Texto: Panorâmica - Argentina: De la Rúa pede para população votar Índice
|