São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2011

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Buenos Aires reforça segurança depois de rumor de atentado

EUA teriam advertido à Argentina que plano para matar o embaixador saudita em Washington incluiria alvos no país

Governo argentino não se pronuncia sobre o caso; ataques a judeus na capital do país nos anos 90 mataram 114

SYLVIA COLOMBO

DE BUENOS AIRES

A suposta tentativa do Irã de assassinar o embaixador saudita em Washington, denunciada anteontem pelos EUA, incluiria também outros ataques, entre eles às embaixadas da Arábia Saudita e de Israel em Buenos Aires.
A informação, a princípio dada por funcionários do governo à cadeia norte-americana ABC, repercutiu fortemente na imprensa argentina durante todo o dia.
Segundo a France Presse, o subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, ligou ontem para autoridades argentinas para passar detalhes sobre a operação e suas prováveis ramificações internacionais.
A porta-voz Victoria Nuland confirmou o contato do subsecretário Burns com o governo argentino, mas não quis dar mais informações nem mencionou outros países supostamente envolvidos na trama iraniana.
O governo argentino não se pronunciou sobre o tema até o fechamento desta edição. A presidente do país, Cristina Kirchner, passou mal anteontem e está com sua agenda de campanha eleitoral suspensa, devido a um quadro de lipotimia (queda de pressão, com eventual perda de consciência).
Já o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, ofereceu ajuda à Casa Rosada e disse que os possíveis alvos na capital argentina já estão com monitoração reforçada. "Temos que continuar na luta contra o terrorismo", disse, em entrevista a jornalistas.
"Nós, argentinos, temos um grau de sensibilidade maior porque já sofremos dois atentados terroristas", afirmou Macri, uma das principais vozes da oposição a Cristina -que tenta se reeleger e, segundo as pesquisas, deve obter novo mandato de quatro anos já no primeiro turno, em 23 de outubro.

HISTÓRICO DE ATAQUES
O prefeito refere-se aos dois ataques na capital argentina na década de 90, durante a Presidência do peronista Carlos Menem (1989-1999).
O primeiro, uma bomba colocada na embaixada de Israel, em 1992, resultou em 29 mortes e mais de 200 feridos. Na época, a organização Jihad Islâmica, acusada de ligações com o Irã, assumiu a autoria do atentado.
O segundo ocorreu em 1994, quando a explosão de um carro-bomba atingiu a entidade judaica Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), matando 85 pessoas e ferindo 300. A Argentina também acusa membros do governo iraniano de envolvimento nesse ataque. A comunidade judaica do país é uma das maiores do mundo.

Com agências de notícias


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