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AMÉRICA DO SUL
Saída de Mora agrava a crise que atravessa o governo de Uribe
Chefe militar renuncia na Colômbia
DA REDAÇÃO
O comandante das Forças Armadas da Colômbia, o general
Jorge Enrique Mora, 58, apresentou ontem sua renúncia ao presidente Álvaro Uribe. Anteontem, o
general Teodoro Campo, o maior
comandante policial do país, também renunciou. O governo de
Uribe, que começou em agosto de
2002, atravessa sua pior crise, mas
seu índice de popularidade ainda
está acima de 70%.
Os problemas do presidente começaram em outubro, quando
seu projeto de reformas econômicas não obteve a aprovação popular num referendo. Nos últimos
dias, três ministros de seu gabinete deixaram o poder: Fernando
Lordoño (Interior), Marta Ramírez (Defesa) e Cecilia Rodríguez
(Meio Ambiente).
A saída de Mora abala o governo, pois ele tem boa reputação.
Porém o general renunciou em
meio a uma onda de denúncias
contra as forças de segurança de
Medellín -relacionadas a um suposto desvio de dinheiro público.
Oficialmente, porém, sua renúncia não foi provocada pela crise do governo de Uribe nem pelo
escândalo de desvio de fundos,
mas por um revezamento rotineiro na cúpula militar.
Mora, Ramírez e Campo constituíam a coluna vertebral da política de segurança de Uribe, sua
maior prioridade e que vem lhe
rendendo alta aprovação devido a
resultados considerados positivos
contra os grupos guerrilheiros.
"Creio ter cumprido meu dever.
Eu o fiz com determinação, firmeza e caráter, buscando corresponder à grande responsabilidade
que me tinha sido atribuída", disse Mora em sua carta de renúncia.
Analistas políticos acreditam
que Uribe esteja usando a crise
para fazer ajustes em seu governo.
Para o cientista político Pedro
Medellín, "o presidente está levando a sério as mudanças em seu
gabinete". Ele disse, porém, que a
crise não deve ser vista como algo
insuperável. "Uribe mantém-se
popular, conta com o apoio da
população e, realmente, tinha
problemas com alguns ministros", afirmou Medellín.
Os especialistas também crêem
que a crise provocará mudanças
na luta contra o terrorismo, já que
as pessoas que comandavam esse
combate renunciaram.
Mora disse que a reestruturação
das Forças Armadas fora um dos
aspectos mais importantes de sua
gestão. Mas admitiu que a "mudança na mentalidade" dos militares fora ainda mais relevante.
Com agências internacionais
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