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São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

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AMÉRICA DO SUL

Saída de Mora agrava a crise que atravessa o governo de Uribe

Chefe militar renuncia na Colômbia

DA REDAÇÃO

O comandante das Forças Armadas da Colômbia, o general Jorge Enrique Mora, 58, apresentou ontem sua renúncia ao presidente Álvaro Uribe. Anteontem, o general Teodoro Campo, o maior comandante policial do país, também renunciou. O governo de Uribe, que começou em agosto de 2002, atravessa sua pior crise, mas seu índice de popularidade ainda está acima de 70%.
Os problemas do presidente começaram em outubro, quando seu projeto de reformas econômicas não obteve a aprovação popular num referendo. Nos últimos dias, três ministros de seu gabinete deixaram o poder: Fernando Lordoño (Interior), Marta Ramírez (Defesa) e Cecilia Rodríguez (Meio Ambiente).
A saída de Mora abala o governo, pois ele tem boa reputação. Porém o general renunciou em meio a uma onda de denúncias contra as forças de segurança de Medellín -relacionadas a um suposto desvio de dinheiro público.
Oficialmente, porém, sua renúncia não foi provocada pela crise do governo de Uribe nem pelo escândalo de desvio de fundos, mas por um revezamento rotineiro na cúpula militar.
Mora, Ramírez e Campo constituíam a coluna vertebral da política de segurança de Uribe, sua maior prioridade e que vem lhe rendendo alta aprovação devido a resultados considerados positivos contra os grupos guerrilheiros.
"Creio ter cumprido meu dever. Eu o fiz com determinação, firmeza e caráter, buscando corresponder à grande responsabilidade que me tinha sido atribuída", disse Mora em sua carta de renúncia.
Analistas políticos acreditam que Uribe esteja usando a crise para fazer ajustes em seu governo. Para o cientista político Pedro Medellín, "o presidente está levando a sério as mudanças em seu gabinete". Ele disse, porém, que a crise não deve ser vista como algo insuperável. "Uribe mantém-se popular, conta com o apoio da população e, realmente, tinha problemas com alguns ministros", afirmou Medellín.
Os especialistas também crêem que a crise provocará mudanças na luta contra o terrorismo, já que as pessoas que comandavam esse combate renunciaram.
Mora disse que a reestruturação das Forças Armadas fora um dos aspectos mais importantes de sua gestão. Mas admitiu que a "mudança na mentalidade" dos militares fora ainda mais relevante.


Com agências internacionais


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