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ORIENTE MÉDIO
Premiê cede e aceita deixar a segurança nas mãos de aliado de Arafat; Israel evita confrontação e diz que dará chance
Parlamento palestino aprova novo gabinete de Korei
DA REDAÇÃO
O Parlamento palestino aprovou o novo gabinete do premiê
Ahmed Korei por 48 votos a 13. A
decisão dos legisladores encerra
um período de mais de dois meses de incerteza sobre o futuro do
governo palestino.
Korei e o presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina),
Iasser Arafat, fizeram declarações
conciliatórias em Ramallah (Cisjordânia) em relação a Israel e se
comprometeram a ajudar na retomada do processo de paz.
Israel evitou uma confrontação
e deu a entender que está disposto
a dar uma chance ao governo palestino. Porém disse que quer
ações, não apenas palavras.
Na composição do gabinete,
houve disputa entre Arafat e Korei para definir quem seria o ministro do Interior, responsável pela segurança. O premiê palestino
queria alguém de sua confiança.
Israel e EUA também queriam
que Arafat -a quem acusam de
tolerar ou mesmo incentivar o
terror, ele nega- não controlasse
a segurança. Mas Korei acabou
cedendo e aceitou indicar Hakam
Balawi, aliado de Arafat.
"Não negamos o direito dos israelenses de viver em segurança
ao lado dos palestinos no seu próprio Estado", disse Arafat, que
chamou o governo israelense de
"criminoso de guerra", mas defendeu o fim da violência.
Korei também defendeu o fim
da violência que está provocando
o "caos" na Cisjordânia e na faixa
de Gaza e disse que irá negociar
uma trégua com Israel. O premiê
pediu aos palestinos que parem
de utilizar a violência. "Estendo a
minha mão a Israel com sinceridade para agirmos por um cessar-fogo que acabe com esse derramamento de sangue", afirmou.
Israel disse que aguardará as
ações do novo governo palestino
antes de considerá-lo um parceiro
ou não nas negociações de paz.
"Se o novo governo for sério na
busca pela paz e atuar para desmantelar as organizações terroristas, encontrará em Israel um
parceiro", disse o chanceler israelense, Silvan Shalom.
Os EUA e Israel pressionam os
palestinos a formarem um governo capaz de desmantelar os grupos terroristas, como prevê o novo plano de paz para a região.
Zalman Shoval, assessor do premiê israelense, Ariel Sharon, disse
que Israel está preocupado com a
influência que Arafat poderá ter
no novo governo.
Sem se referir diretamente a Korei ou ao novo governo, Sharon
disse ontem em encontro com canadenses em Israel que os palestinos "começaram a perceber que
não será possível forçar os israelenses a se renderem por meio do
uso da violência, do terrorismo e
do incitamento".
Terroristas
Os grupos terroristas palestinos
Hamas e Jihad Islâmico deram
declarações indicando que poderão aceitar o cessar-fogo proposto
por Korei. Em junho, os grupos
terroristas decretaram trégua nas
ações contra israelenses, que acabou sendo suspensa meses depois. Eles exigem que Israel pare
de atacar lideranças dos grupos.
Korei estava no poder interinamente desde setembro, após a renúncia do premiê Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu
Mazen, que caiu após perder uma
luta pelo controle da segurança
com Arafat. Korei não havia conseguido formar um novo governo
no mês passado devido a discordâncias com Arafat.
Autoridades israelenses disseram ontem que poderá haver um
encontro entre Korei e Sharon em
breve. Sharon tem sido pressionado pelos EUA e também dentro
de Israel a ser menos duro com
Korei do que ele foi com Mazen.
Há críticas, inclusive do comandante das Forças Armadas de Israel, Moshe Yaalon, sobre a maneira como o premiê tratou Mazen. Segundo ele, Sharon teria sido muito duro nas negociações e
suas políticas poderiam incentivar o terror ao invés de contê-lo.
Com agências internacionais
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