DA ENVIADA ESPECIAL AO CAIRO

A viagem da delegação brasileira ao Egito não foi de todo perdida. Entre as obrigações oficiais, os parlamentares conseguiram encaixar uma visita-relâmpago às pirâmides de Giza, com direito a fotos em cima de camelo e com turbante árabe na cabeça.
O caminho não era muito rico em monumentos, mas os deputados, bem-humorados, aproveitaram para tentar conhecer mais da cultura árabe pelo que viam da janela da van alugada pela embaixada brasileira. A Folha foi convidada a acompanhar o passeio.
Ao passar por um bairro pobre, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) sugeriu uma parada rápida. "É isso que quero conhecer. Não aquelas frescuras de embaixada. Eu gosto é de povo."
Os parlamentares se impressionaram ainda com outro bairro, criado num antigo cemitério e onde mausoléus são usados como casas. "O cabra morre e já fica dentro de casa", brincou o deputado Maurício Rands (PT-PE), um dos mais animados -foi quem subiu, um pouco hesitante, num camelo aparentemente irritado e vestiu um turbante.
Todos tiraram fotos em frente à esfinge. O deputado Jamil Murad (PC do B-SP) sacou a bandeira do Brasil para as fotos. Ele lamentou, emocionado, não ter chegado perto do caixão de Arafat, onde pretendia exibir a bandeira numa homenagem mais pessoal. Em viagem parlamentar à Cisjordânia em abril deste ano, Arafat havia beijado a bandeira.
Alguns curiosos se aproximaram e um ambulante exclamou em inglês que gostava muito do jogador de futebol Zico.
O ministro José Dirceu autorizou horas extras de estadia no Cairo para que os parlamentares conhecessem a cidade, mas preferiu ficar no hotel -um cinco estrelas- para descansar antes do retorno a Brasília, uma viagem de 16 horas, com escala no Senegal e no Nordeste. Os gastos da delegação na cidade foram pagos pela Embaixada do Brasil. (LS)


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