São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997.




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Fama de terrorista vem de fatos e lendas

da "Reuters"

A trilha de terror atribuída a Carlos, o "Chacal", deve tanto aos fatos quanto às lendas -ele foi envolvido em muitos dos mais espetaculares atos extremistas dos anos 70.
Enquanto ele admitiu sua participação em alguns dos ataques, a mitologia fez com que todas as suas ações, ou supostas ações, ganhassem a atenção da mídia.
Mais tarde, o nome de Carlos desapareceu das manchetes. Em 1986, um jornal israelense disse que ele estava morto, supostamente assassinado pela Líbia por saber demais sobre os serviços de inteligência árabes.
Mas, em 1990, ele foi descoberto em Damasco (Síria). O jornalista David Yallop, que publicou um livro sobre Carlos em 1993, diz que ele viveu na cidade com a mulher e dois filhos, disfarçado de empresário mexicano.
Carlos Martínez foi somente um dos pseudônimos usados pelo venezuelano, nascido Illich Ramírez Sánchez, durante a sua carreira nos movimentos guerrilheiros da Europa, Oriente Médio e Japão.
Carlos é filho de um rico advogado, fervorosamente esquerdista, que batizou seus filhos com os nomes do fundador do bolchevismo -Vladimir, Illich e Lênin. A imprensa o chamou de "Chacal" por causa do assassino enviado para matar Charles de Gaulle no romance "O Dia do Chacal", de Frederick Forsyth.
Em 21 de dezembro de 1975, Carlos e seu esquadrão de guerrilheiros palestinos e alemães-ocidentais abriram caminho a bala e entraram no escritório da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em Viena, onde ocorria um encontro ministerial. Três pessoas morreram.
Os reféns foram levados para Argel (Argélia), onde a maioria foi solta. Depois foram para Trípoli (Líbia) e novamente para Argel, onde todos se renderam. Alguns dias depois, foram libertados.
De acordo com Yallop, Carlos era um assassino incompetente, que matava em estado de pânico.
Acusações contra ele incluem a ocupação da embaixada francesa em Haia (Holanda) pelo Exército Vermelho japonês, em dezembro de 1974, um ataque de foguete contra um avião no aeroporto de Orly (Paris) e planos para assassinar líderes políticos e empresariais.



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