São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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IRAQUE NA MIRA

Secretário diz que EUA destinarão US$ 29 milhões ao programa e prometem mais verba

Powell defende democracia no Oriente Médio

Chris Helgren/Reuters
O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, ri durante visita a tropas americanas em Qatar


DA REDAÇÃO

O secretário de Estado americano, Colin Powell, anunciou ontem que os Estados Unidos irão intensificar seus esforços para promover a democracia no Oriente Médio. O país é constantemente acusado de apoiar líderes autoritários na região.
A iniciativa americana visa contribuir para reformas políticas, econômicas e educacionais no Oriente Médio. Os EUA concederão inicialmente uma quantia de US$ 29 milhões para o projeto, mas prometem que a cifra será elevada pelo Congresso.
"Estamos querendo adicionar esperança para a nossa agenda em relação ao Oriente Médio. Estamos prometendo colocar toda a nossa energia, nossa capacidade e nosso idealismo para trazer esperança para essa região", afirmou o secretário de Estado.
Nas últimas décadas, os EUA têm sido acusado de tapar os olhos para as ações de seus aliados autoritários no Oriente Médio, enquanto fazem críticas a ações semelhantes de governos hostis aos americanos na região.
Muitos árabes criticam o presidente George W. Bush também por pedir democracia no Oriente Médio, mas rejeitar a liderança do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, que foi eleito democraticamente.
Segundo Powell, os EUA não irão impor uma fórmula rígida para os países implementarem a democracia. Cada caso, afirmou o secretário de Estado, será tratado isoladamente. Os detalhes do plano não foram divulgados no discurso feito por Powell.

Inspeções
Os inspetores de armas da ONU visitaram seis locais ontem em busca de armamentos de destruição em massa no Iraque. Entre as instalações, estava uma fábrica onde se produziam mísseis Scuds.
O Iraque nega que ainda possua este tipo de míssil. Dezenas de Scuds foram utilizados pelos iraquianos durante a Guerra do Golfo, em 1991, contra Israel e a Arábia Saudita.
Especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estiveram na instalação militar de Al Nidaa, no subúrbio de Bagdá, onde supostamente funcionaria a fábrica. O local foi bombardeado em 1993 e 1998.
Khalil al Nuaimi, diretor do local, afirmou que outras coisas são fabricadas na instalação.
Os inspetores também estiveram ontem em uma fábrica de remédios, em um campo de testes de mísseis, em uma fábrica de produtos químicos e em uma outra instalação que não foi especificada.
O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, insistiu ontem, em visita a tropas americanas no Qatar, que o Iraque possui armas de destruição em massa, apesar das negativas do país.
Ontem, pela primeira vez, o Iraque convidou para ir a Bagdá o funcionário da ONU responsável pelos prisioneiros kuaitianos detidos pelo Iraque após sua invasão do Kuait, em 1990.
O anúncio, segundo o porta-voz da ONU, Fred Eckhard, é muito importante, pois permitirá que o russo Iuli Vorontsov, que exerce o cargo, possa viajar a Bagdá. Sem essas viagens, segundo o ONU, o trabalho era quase impossível.
O convite está sendo visto como mais uma iniciativa do Iraque para evitar um ataque ao país. Bagdá pediu desculpas no sábado pela invasão de 1990.
O porta-aviões George Washington iniciou ontem seu retorno para os EUA. A embarcação, que estava no oceano Atlântico, estava a caminho do Iraque. O seu retorno, segundo analistas, pode indicar que uma guerra contra o Iraque não seria iminente.

Com agências internacionais


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