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Europa deve estimular imigração, diz ONU
NATHALIE DUBOIS
do "Libération"
Ao ritmo em que a Europa está
envelhecendo, ela precisaria de
quase 160 milhões de trabalhadores imigrantes até o ano 2025. E a
França, que hoje recebe cerca de
100 mil imigrantes por ano, precisaria multiplicar esse contingente
por 7,6 nos próximos cem anos.
São essas algumas das cifras espantosas citadas no relatório preliminar da Divisão de População
da ONU, divulgado nesta semana
em Nova York.
Segundo um de seus autores, o
demógrafo francês Joseph-Alfred
Grinblat, "é totalmente irrealista,
evidentemente, imaginar que seria possível evitar o envelhecimento da população por meio da
imigração. Nosso objetivo é mostrar que, apesar disso, as coisas
não podem continuar como estão. Será preciso mudar as regras
do jogo. Nós nos limitamos a dar
os parâmetros para as decisões
que cabem aos políticos".
As estatísticas divulgadas pela
ONU não são novas. Seu mérito é
ilustrar, num horizonte de 25
anos, o desafio econômico e social
colocado pela evolução demográfica dos países industrializados.
Na União Européia, o envelhecimento da população causa problemas. Se continuar evoluindo
no ritmo atual, em 2025 terá 5 milhões de habitantes menos do que
tem hoje; em 2050, 40 milhões a
menos, diz Grinblat.
A proporção entre ativos e inativos, hoje em cerca de quatro a cinco trabalhadores por cada aposentado, vai cair pela metade nos
próximos 25 anos.
Assim, os demógrafos da ONU
concluem que, apenas para manter sua população economicamente ativa no nível que apresentava em 1995, a Europa terá de receber 24 milhões de imigrantes
até o ano 2025. Se o objetivo for
preservar o equilíbrio atual entre
ativos e inativos, a necessidade de
mão-de-obra estrangeira sobe para quase 160 milhões de pessoas.
Tradução de Clara Allain
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