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ORIENTE MÉDIO
Washington quer mudanças no traçado da barreira e mais detalhes sobre o plano de Sharon para Gaza
Missão dos EUA avalia barreira israelense e saída de Gaza
DA REDAÇÃO
Os EUA enviarão uma missão a
Israel na próxima semana para
discutir com o premiê Ariel Sharon alterações significativas na
controversa barreira que Israel está construindo para isolar seu território da Cisjordânia (território
palestino ocupado desde 1967).
O grupo também pretende obter informações sobre o anunciado plano de Sharon de retirar
quase todas as colônias judaicas
da faixa de Gaza para que o governo do presidente George W. Bush
possa decidir se apóia a iniciativa.
Embora a medida possa trazer
resultados positivos, ela significaria uma ação unilateral por parte
de Israel, não prevista no plano de
paz proposto pelos EUA e ainda
não implementado pelas autoridades israelenses e palestinas.
No início do mês, Sharon afirmou que pretende retirar cerca de
7.500 colonos judeus que vivem
em encraves fortificados na faixa
de Gaza. O premiê não deu um
prazo para implementar a idéia.
Lideranças palestinas elogiaram
a proposta, mas desconfiam das
intenções de Sharon e de sua implementação. Em Israel, foi criticada por colonos e partidos que
integram o governo, de centro-direita. Já o principal partido de
oposição, o Trabalhista, disse que
votaria a favor da idéia.
A proposta faz parte de um plano alternativo de Sharon de adotar medidas unilaterais de separação entre israelenses e palestinos,
caso o processo de paz continue
paralisado. O premiê deixou claro
que os palestinos receberão menos terras do que poderiam obter
se houvesse um acordo de paz.
Os EUA viram com bons olhos a
retirada dos assentamentos de
Gaza, mas temem que uma atitude unilateral de Sharon, ainda que
com efeitos imediatos positivos,
mine de vez o já enfraquecido plano de paz proposto pelo país.
Segundo o porta-voz da Casa
Branca, Scott McClellan, os EUA
buscam um acordo final negociado entre Israel e os palestinos.
"Mas a remoção de assentamentos poderá reduzir o conflito entre
israelenses e palestinos", disse
McClellan.
A missão americana será formada por integrantes do Conselho de Segurança Nacional e por
William Burns, do Departamento
de Estado.
A visita também poderá resultar
numa viagem de Sharon a Washington para encontros com o
presidente George W. Bush no final do mês ou em março.
"Há algumas questões difíceis
que precisam ser tratadas para garantir que Sharon e Bush sorrirão
um para o outro quando estiverem juntos", disse uma fonte diplomática.
Outra medida unilateral que está sendo implementada por Israel
é a construção de uma barreira separando o território israelense da
Cisjordânia ocupada.
Israel diz que a barreira é fundamental para deter atentados em
seu território, já que a maior parte
dos terroristas suicidas palestinos
vem da Cisjordânia.
Já os palestinos acusam Israel de
construir a barreira em seu território e de tentar estabelecer uma
fronteira unilateralmente. Sustentam que a barreira inviabiliza um
futuro Estado palestino.
No próximo dia 23, a Corte Internacional de Justiça, órgão vinculado à ONU, em Haia, dará início a sessões nas quais analisará a
legalidade da barreira.
Israel anunciou nesta semana
que não enviará representantes
legais para defender a posição do
país no tribunal internacional por
entender que o assunto precisa
ser tratado diretamente por israelenses e palestinos.
Os EUA querem obter garantias
de Israel de que o traçado da barreira será significativamente alterado para não anexar áreas palestinas.
Com agências internacionais
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