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IRAQUE OCUPADO
Enviado diz que divergência eleitoral pode alimentar violência
ONU expressa temor de guerra civil
DA REDAÇÃO
O enviado da ONU ao Iraque
para avaliar a possibilidade de
realizar eleições diretas neste ano
alertou as autoridades iraquianas
sobre os riscos de uma guerra civil. O argelino Lakhdar Brahimi
concluiu que não há tempo hábil
de organizar a votação até 30 de
junho, data fixada pelos EUA para
devolver a soberania aos iraquianos e se disse "incomodado e nervoso" com os debates acalorados
em torno da questão.
"Tenho exortado os membros
do Conselho de Governo Iraquiano e os iraquianos em toda parte a
ter consciência de que as guerras
civis não começam porque alguém chega e decide: "Hoje vou
começar uma guerra civil'", disse
Brahimi. "É porque as pessoas são
descuidadas, egoístas, porque
pensam mais em si do que no
bem do país."
Majoritários no Iraque e por isso com grandes chances de vencer
uma votação, os xiitas defendem a
escolha do primeiro governo soberano pós-Saddam Hussein em
eleições diretas. Em contrapartida, a minoria sunita, privilegiada
pelo ex-ditador, se encontra num
momento de extrema desorganização política com a extinção da
principal entidade a representá-la, o partido Baath.
A ONU já sugeriu que o cronograma fosse revisto, mas os EUA
não aceitam mudar a data.
Washington quer que as eleições ocorram em 2005, após a realização de um censo e a promulgação de uma nova Constituição
-de 30 de junho até lá, um governo eleito em assembléias regionais ocuparia o poder.
Mas o principal líder xiita do
país, o aiatolá Ali al Sistani, afirma
que o modelo não é democrático.
Perante o impasse, os EUA e o
Conselho de Governo Iraquiano
recorreram à ONU, que, embora
defenda a realização das diretas,
avaliou que a demanda do aiatolá
é inviável por ora.
Os EUA temem que a violência
sectária atrase o processo, sobretudo após a recente intercepção
de uma carta supostamente assinada por um terrorista que opera
no Iraque na qual ele pede ajuda à
rede terrorista Al Qaeda para fomentar uma guerra civil.
Um novo relatório da Autoridade Provisória da Coalizão levanta
os riscos de uma "balcanização"
do Iraque -a institucionalização
da violência a ponto de fragmentar a soberania e inviabilizar a reconstrução do país. O relatório
atribui o crescimento da violência
ao aumento das tensões sectárias.
Com agências internacionais e "Financial
Times"
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