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Saiba quem é Walter Cronkite
da Sucursal de Brasília
Faz 18 anos que Cronkite não
comanda um telejornal diário.
Mesmo assim, ele ainda aparece
no topo das listas anuais de pessoas mais respeitadas dos EUA.
Isso dá uma noção da importância que esse jornalista tem no
país. Entre 62 e 81, ele ancorou o
programa jornalístico mais influente dos EUA, o da rede CBS.
Cronkite contou aos norte-americanos que John e Robert
Kennedy foram assassinados,
que Neil Armstrong pisou na
Lua, que o país se atolou na
Guerra do Vietnã e no escândalo
de Watergate.
Embora fosse, em geral, frio,
correto, seco, preciso em suas
narrativas, chorou quando noticiou o assassinato de John Kennedy e se comportou como menino embasbacado quando a
Águia da Apolo 11 tocou o Mar
da Serenidade.
Seu maior ativo sempre foi a
credibilidade. A palavra de
Cronkite é expressão da verdade
para quase todos os americanos.
Cronkite inaugurou o gênero
de âncora solitário de telejornais
já maduro, aos 44 anos. Os cabelos começando a esbranquiçar,
mas o corpo e a voz de homem
vigoroso, mais um olhar direto e
seguro e a firme convicção ao falar, formaram uma combinação
imponente.
Some-se ainda o fascínio da
TV, um meio de comunicação
jovem, mas não mais infantil, no
esplendor de sua potencialidade
tecnológica (as cores, as transmissões via satélite), e a fórmula
se completa.
Nenhum jornalista teve mais
poder nas mãos do que ele nos
EUA. E Cronkite o usou com
moderação. Quase nunca opinava. Quando o fazia, era discreto,
ponderado.
Diz a lenda que, em 1968, depois de ter ouvido Cronkite criticar a participação dos EUA na
Guerra do Vietnã, o presidente
Johnson exclamou: ""Se eu perdi
Cronkite, perdi a classe média".
Aos 82 anos, ele continua ativo.
Sua autobiografia (editada no
Brasil pela DBA) foi líder de vendas em 1997 nos EUA. Produz e
apresenta documentários na rede pública de TV. Liderou movimento para dar tempo gratuito
na TV aos candidatos à Presidência em 1996.
Cronkite ainda é capaz, como
poucos, de identificar e expressar os anseios da classe média.
(CELS)
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