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EUA cercam Najaf; iraquianos tentam negociar com líder xiita
DA REDAÇÃO
Cerca de 2.500 soldados americanos cercaram ontem a cidade
iraquiana de Najaf, sagrada para
os xiitas, em uma tentativa de
conter o levante liderado pelo clérigo radical Moqtada Al Sadr, a
quem tentam capturar ou matar.
Temendo que a crise no país se
agrave, políticos e líderes religiosos iraquianos procuram negociar uma solução para o impasse,
na tentativa de evitar que as forças
dos EUA entrem na cidade, o
principal santuário xiita.
"O alvo não é Najaf, é Moqtada
al Sadr e sua milícia. Vamos caçá-lo e destruí-lo. Preferíamos que isso não estivesse acontecendo em
Najaf, pois temos muito respeito
pelos xiitas", disse o general Mark
Kimmitt, vice-chefe de operações
dos EUA no Iraque.
Al Sadr -cuja milícia lançou
um levante no início do mês que
culminou com a tomada de Najaf,
Karbala e Kufa- está entrincheirado em seu gabinete em Najaf,
perto do principal templo da cidade, protegido por homens armados. A área em torno do templo é
extremamente sensível.
"Temos de fazer isso do jeito
certo, porque, se fizermos errado,
podemos irritar todo o mundo
muçulmano, de Marrocos à Indonésia", disse o coronel Dana J. H.
Pittard, comandante das forças
que cercam a cidade.
O porta-voz do clérigo, Qays al
Khazali, acusou as tropas americanas de fomentar a violência no
país. "Se eles tocarem em Moqtada al Sadr, haverá uma crise", disse. "Agora, eles [a coalizão] enfrentam um levante, mas, se machucarem Al Sadr, uma revolução
maciça tomará todo o Iraque. Seremos uma bomba-relógio."
O filho do aiatolá moderado Ali
al Sistani, principal líder xiita iraquiano, e os representantes de
dois outros importantes aiatolás
se reuniram com Al Sadr na noite
de anteontem e discutiram um
possível recuo. Nenhum representante americano participou da
negociação.
A operação dos EUA em Najaf é
a maior executada no sul do país,
majoritariamente xiita e normalmente pacífico, desde o fim dos
principais confrontos, em maio
passado. A situação no Iraque
atingiu um grau de tensão inédito
desde então -segundo o comando americano, ao menos 83 soldados dos EUA morreram e 561 foram feridos nos primeiros 12 dias
de abril, número de baixas que supera o de qualquer outro mês do
pós-guerra. No mesmo período,
segundo uma contagem independente da agência de notícias Associated Press, mais de 800 iraquianos foram mortos.
Em Karbala, mais cinco pessoas
morreram em confrontos.
Na outra frente de batalha, Fallujah, novos confrontos eclodiram ontem após uma rápida trégua que sucedeu à morte de mais
de 600 iraquianos. Um helicóptero dos EUA foi derrubado, ferindo três soldados, e um marine foi
morto. A cidade, um bastião sunita, está cercada pelos EUA desde o
último dia 5, quando insurgentes
mataram quatro civis americanos, mutilaram, queimaram e exibiram seus cadáveres.
As forças dos EUA acreditam
que o terrorista jordaniano Abu
Musab al Zarqawi, suspeito de
coordenar atentados no país, esteja em Fallujah.
Com agências internacionais
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