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QUEM É
Kirchner era um desconhecido até as eleições
DE BUENOS AIRES
Néstor Kirchner não possuía
muita popularidade até lançar a
sua candidatura à Presidência.
Apoiado pelo atual presidente
argentino, Eduardo Duhalde, o
governador da Província de
Santa Cruz era desconhecido do
eleitorado.
Analistas mais céticos o classificam como um títere de Duhalde e afirmam que não teria autonomia para governar.
"Kirchner seria o primeiro
presidente peronista fraco da
história da Argentina", afirma
Guillermo Mondino, da consultoria Latin Source.
Kirchner poderá ser o primeiro presidente nascido na Patagônia, região do extremo sul, rica em petróleo, mas com baixa
densidade populacional -leia-se poucos votos.
Sua campanha foi baseada na
Província de Buenos Aires, reduto eleitoral de Duhalde, seu
padrinho político.
Kirchner representaria, dentro do peronismo, a opção de
centro-esquerda, ou o que os argentinos chamam de "progressismo".
Seu programa de governo defende uma maior proteção à indústria nacional, incentivos para as exportações e subsídios
para pequenas e médias empresas. A diplomacia de Kirchner
também tende ao alinhamento
ao Brasil e ao fortalecimento do
Mercosul.
Apesar de ser considerado,
dentro do peronismo, a antítese
de Menem, sua possível chegada ao poder não representa uma
completa renovação política.
Aldo Abram, da consultoria
Exante, afirma em relatório sobre as eleições que o modelo
econômico proposto por Kirchner pode ser considerado semelhante ao brasileiro ou "ao estilo
peronista das décadas que antecederam o menemismo". "É um
modelo que permitirá aumento
da produtividade", afirma.
Pesquisa realizada pelo Estúdio Broda & Associados com
empresários e economistas
mostra que Menem era o preferido do setor empresarial.
Duhalde também teria influência sobre um governo
Kirchner, segundo o levantamento: 34% dos entrevistados
acham que essa influência seria
muito alta e 43%, alta. Apenas
1% acha que o atual presidente
não irá interferir. (EC)
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