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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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QUEM É

Kirchner era um desconhecido até as eleições

DE BUENOS AIRES

Néstor Kirchner não possuía muita popularidade até lançar a sua candidatura à Presidência. Apoiado pelo atual presidente argentino, Eduardo Duhalde, o governador da Província de Santa Cruz era desconhecido do eleitorado.
Analistas mais céticos o classificam como um títere de Duhalde e afirmam que não teria autonomia para governar.
"Kirchner seria o primeiro presidente peronista fraco da história da Argentina", afirma Guillermo Mondino, da consultoria Latin Source.
Kirchner poderá ser o primeiro presidente nascido na Patagônia, região do extremo sul, rica em petróleo, mas com baixa densidade populacional -leia-se poucos votos.
Sua campanha foi baseada na Província de Buenos Aires, reduto eleitoral de Duhalde, seu padrinho político.
Kirchner representaria, dentro do peronismo, a opção de centro-esquerda, ou o que os argentinos chamam de "progressismo".
Seu programa de governo defende uma maior proteção à indústria nacional, incentivos para as exportações e subsídios para pequenas e médias empresas. A diplomacia de Kirchner também tende ao alinhamento ao Brasil e ao fortalecimento do Mercosul.
Apesar de ser considerado, dentro do peronismo, a antítese de Menem, sua possível chegada ao poder não representa uma completa renovação política.
Aldo Abram, da consultoria Exante, afirma em relatório sobre as eleições que o modelo econômico proposto por Kirchner pode ser considerado semelhante ao brasileiro ou "ao estilo peronista das décadas que antecederam o menemismo". "É um modelo que permitirá aumento da produtividade", afirma.
Pesquisa realizada pelo Estúdio Broda & Associados com empresários e economistas mostra que Menem era o preferido do setor empresarial.
Duhalde também teria influência sobre um governo Kirchner, segundo o levantamento: 34% dos entrevistados acham que essa influência seria muito alta e 43%, alta. Apenas 1% acha que o atual presidente não irá interferir. (EC)


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