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GUERRA SEM LIMITES
Presidente suspeita que rede terrorista esteja por trás de ação que matou ao menos 29
Bush liga Al Qaeda a ataques em Riad
DA REDAÇÃO
Visivelmente irritado, o presidente George W. Bush disse ontem que suspeita que a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, esteja por trás dos atentados
suicidas que deixaram ao menos
29 mortos em Riad, capital da
Arábia Saudita, e prometeu que
não vai descansar enquanto os
culpados não forem capturados.
"Ainda não posso dizer com
certeza que foi a Al Qaeda, mas
não ficaria surpreso se recebesse
essa notícia", disse Bush.
As explosões, que ocorreram
horas antes da chegada do secretário de Estado dos EUA, Colin
Powell, a Riad, foram o primeiro
grande ataque aos interesses dos
EUA desde a guerra no Iraque.
Bush disse que ainda era cedo
para saber se as autoridades sauditas tinham feito o suficiente para evitar os atentados. O chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, o general Richard
Myers, afirmou que os atentados
não afetarão as relações entre os
EUA e a Arábia Saudita.
No entanto os EUA vão ordenar
a seus diplomatas "não-essenciais" e às famílias dos membros
de seu corpo diplomático que vivem na Arábia Saudita que deixem o país, de acordo com funcionários do governo americano.
"Enquanto a Al Qaeda não for
totalmente controlada, os terroristas tentarão atacar os americanos, nossos amigos e nossos aliados", declarou Bush, prometendo
continuar sua luta contra a Al
Qaeda, autora dos ataques ocorridos em 11 de setembro de 2001.
"Os EUA encontrarão os assassinos, e eles aprenderão o significado da justiça americana", disse.
Autoridades americanas que
pediram para não serem identificadas afirmaram haver provas de
que a Al Qaeda estaria planejando
outros ataques, segundo a rede de
TV americana CNN.
Quando chegou a Riad, Powell
condenou os ataques terroristas e
visitou um dos complexos residenciais atacados. Segundo ele, os
atentados têm o "selo da Al Qaeda", pois foram sincronizados e
bem organizados.
Powell não ficou nem um dia inteiro em Riad antes de partir para
a Rússia. Ele ouviu do chanceler
saudita, o príncipe Saud al Faisal,
que a Arábia Saudita ajudará na
guerra ao terrorismo.
Já o príncipe herdeiro saudita,
Abdullah, prometeu "pôr fim" ao
crime organizado e afirmou que
os autores dos atentados "queimarão no fogo do inferno".
Segundo autoridades sauditas,
as explosões deixaram 29 mortos,
incluindo nove terroristas. Os outros mortos foram sete americanos (funcionários da empresa
Northrop Grumman), sete sauditas, dois filipinos (também da
Northrop Grumman), dois jordanianos, um libanês e um suíço, de
acordo com as mesmas fontes.
Porém o número de mortos deu
origem a confusões. Até o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, chegou a afirmar que havia
91 mortos, mas a informação não
foi confirmada pelos sauditas. A
CNN, na noite de ontem, citava 21
mortos, além dos terroristas.
O FBI (polícia federal dos EUA)
enviará uma equipe de agentes
graduados a Riad para ajudar na
investigação dos atentados.
John Pistole, vice-diretor-assistente do FBI para assuntos ligados
a contraterrorismo, comandará
uma equipe de até 12 agentes e
técnicos, segundo Bill Carter, porta-voz do órgão. O governo saudita teria autorizado a participação
da equipe do FBI na investigação.
Normalmente, o FBI mantém
um funcionário em Riad para fazer a ligação entre a polícia local e
os órgãos que trabalham com
contraterrorismo nos EUA. O FBI
participou de outras operações
internacionais no passado recente, como a investigação dos ataques às embaixadas dos EUA na
África (1998) e ao destróier americano USS Cole no Iêmen (2000).
Reações internacionais
O premiê britânico, Tony Blair,
condenou os atentados suicidas,
classificando-os de "ultrajantes".
Já o chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schröder, lamentou a
"perda de vidas inocentes" e afirmou que manterá "sua solidariedade" com a guerra ao terrorismo. Segundo Berlim, haverá uma
preocupação maior com a segurança durante a visita de Powell à
Alemanha, na sexta-feira.
Líderes políticos de vários países também condenaram os ataques. Kofi Annan, secretário-geral da ONU, disse que os atentados mostram que o terrorismo
ainda existe e deve ser enfrentado.
Com agências internacionais
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