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VISÕES DIFERENTES
População palestina protesta contra a criação de Israel; mais manifestações devem ocorrer hoje
Palestinos lembram 'dia da catástrofe'
das agências internacionais
Centenas de
palestinos realizaram ontem
manifestações
nos territórios
ocupados por
Israel (faixa de
Gaza e Cisjordânia), na véspera do
50º aniversário da criação do Estado judeu.
Israel completa 50 anos de existência hoje, de acordo com o calendário cristão. No calendário judaico deste ano, a fundação do
país ocorreu em 30 de abril.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser
Arafat, disse que "al nakba" (a
catástrofe, em árabe) representa o
"dia mais infeliz da história palestina", referindo-se ao dia da
criação de Israel.
Os manifestantes palestinos carregavam chaves de casas anteriormente habitadas por seus familiares e defendiam o retorno às vilas e
cidades onde eles moravam antes
de 1948, quando 770 mil palestinos
deixaram Israel, segundo a ONU.
"Avô, não se preocupe. Dê-me a
chave, e eu voltarei", cantavam as
crianças do campo de refugiados
de Dheisheh, perto de Belém. Elas
carregavam no peito o nome de cidades árabes destruídas em 1948.
Em 1947, a ONU anunciou a Partilha da Palestina, criando um Estado judeu e um Estado palestino.
Israel proclamou independência
no ano seguinte e foi atacado por
forças árabes contrárias ao surgimento do Estado judeu.
Na "Marcha das Mil Chaves",
como foi chamado o protesto, palestinos agitavam bandeiras nacionais e bandeiras negras de luto.
Estudantes palestinos queimaram bandeiras de Israel, EUA e
Reino Unido.
A TV palestina transmitiu documentários sobre os eventos que levaram à criação do Estado de Israel, canções palestinas e imagens
da repressão israelense à Intifada
(levante palestino entre 1987 e
1993 nos territórios ocupados por
Israel).
A população palestina foi convocada a participar de uma manifestação hoje, à qual devem comparecer 1 milhão de pessoas, segundo os organizadores do evento.
Apesar das divisões entre os que
apóiam o processo de paz com Israel e os oposicionistas, participam das celebrações, além da
ANP, grupos como o Hamas (movimento extremista muçulmano).
Um dos comitês de organização
dos protestos de hoje pediu aos
palestinos que trabalham em Israel que fiquem nos territórios
ocupados e participem dos eventos. Pediu aos comerciantes que
fechem as lojas às 17h para participar da marcha.
Alto-falantes devem reproduzir
o som de sirenes ao meio-dia e, em
seguida, palestinos farão um minuto de silêncio para homenagear
os mortos em conflitos contra Israel.
Ataque no Líbano
Aviões israelenses bombardearam o acampamento do grupo extremista palestino Rebelião-Fatah
no leste do Líbano. Dez pessoas
morreram e pelo menos 22 ficaram feridas.
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