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CORRIDA NUCLEAR
Presidente dos EUA anuncia corte de ajuda e outras sanções econômicas contra o governo indiano
Índia ignora ameaça e faz 2 novas explosões
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington
Depois de ter tomado conhecimento de dois novos testes nucleares realizados ontem pela Índia, o
governo dos EUA impôs sanções
econômicas contra o país.
Em Potsdam, Alemanha, o presidente Bill Clinton, disse ser "imperativo" mostrar "categórica
oposição" aos "injustificáveis"
testes que criaram "perigosa nova
instabilidade" na Ásia.
As sanções determinam o fim da
assistência americana à Índia (exceto a humanitária), proíbem a exportação de armas e tecnologia
militar ao país e impedem os bancos americanos de fazer empréstimos ao governo ou a empresas indianas. Além disso, os EUA vão
votar contra qualquer empréstimo
à Índia em órgãos multilaterais.
Em Washington, a principal
preocupação política deflagrada
pelos acontecimentos na Índia é
com o fato de que o governo dos
EUA foi pego de surpresa pela notícia dos testes nucleares, os primeiros daquele país em 24 anos.
O diretor da Agência Central de
Inteligência (CIA), George Tenet,
deu prazo até o próximo dia 22 para uma comissão especial apurar
por que ela não soube dos testes
antes de eles terem acontecido.
Para o senador Richard Shelby,
da oposição, o episódio marca
"um fracasso colossal" dos serviços de inteligência dos EUA.
Segundo o jornal "The Washington Post", no domingo, cerca
de sete horas antes da explosão,
um satélite espião dos EUA registrou no deserto de Thar, na Índia,
atividades típicas de preparação
de testes nucleares.
Mas, como não houvera indícios
anteriores de que uma explosão
atômica estivesse sendo preparada
pelo governo indiano, nenhum especialista em Índia estava trabalhando na CIA domingo à noite.
Clinton recebeu carta do premiê
indiano, Atal Behari Vajpayee,
que citou "ameaças" de não nomeados vizinhos para justificar os
testes e disse esperar "compreensão" para "preocupações com a
segurança da Índia".
O presidente norte-americano
puniu a Índia com base em lei de
1994 destinada a impedir a proliferação de países com capacidade
nuclear. Ele pediu a seus aliados
que o acompanhem nas sanções.
O chanceler (premiê) alemão,
Helmut Kohl, que estava ao lado
de Clinton no anúncio das sanções, condenou os testes, mas se
comprometeu só a "examinar" a
possibilidade de aderir às sanções.
Os EUA são o principal parceiro
econômico da Índia (com exportações de U$ 7,3 bilhões e importações de U$ 7,7 bilhões no ano
passado).
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