São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 2002

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Detido por 11 de setembro fará autodefesa

DA REDAÇÃO

Uma juíza federal dos EUA decidiu ontem que o franco-marroquino Zacarias Moussaoui, único detido acusado de planejar os ataques de 11 de setembro, é mentalmente competente para representar a si próprio em seu julgamento, mas não poderá ter acesso a informações confidenciais vistas como essenciais para o caso por razões de segurança nacional.
Moussaoui, que alega inocência, afirmou que entendia as limitações de se representar, mas disse que o caso deveria ser arquivado de qualquer forma porque ele não manteve contato com os sequestradores que realizaram os atentados terroristas.
"Entendo integralmente o sistema judicial dos EUA e nunca mais verei a luz", disse Moussaoui. "Mas não posso confiar minha vida a outra pessoa." Ele dissera em abril que queria demitir seus advogados -nomeados pelo tribunal- porque eles faziam parte de uma conspiração do governo e da juíza para matá-lo.
Moussaoui, 34, é a única pessoa detida acusada de conexão direta com os ataques contra Nova York e o Pentágono. Ele é acusado de conspirar com Osama bin Laden e sua rede terrorista, a Al Qaeda, para realizar os atentados, nos quais 19 sequestradores tomaram o controle de quatro aviões e mataram mais de 3.000 pessoas. Autoridades americanas suspeitam que Moussaoui, que foi preso por violações às leis de imigração em agosto, deveria ter sido o 20º sequestrador. Quatro dos seis crimes do qual ele é acusado podem ser punidos com a pena de morte.

Acusação de massacre
O Pentágono descartou ontem como "infundadas" acusações apresentadas ao Parlamento Europeu de que houve massacres de prisioneiros do Taleban no norte do Afeganistão com a cumplicidade de militares americanos.
Segundo Brad Lowell, porta-voz do Comando Central dos EUA, acusações desse tipo já haviam surgido em março. "Eram infundadas", disse. "Analisamos as denúncias e não encontramos nada que merecesse investigação".
O documento apresentado anteontem em Estrasburgo por iniciativa do grupo Esquerda Unida Européia cita depoimentos que afirmam que prisioneiros do Taleban morreram nas mãos de soldados da Aliança do Norte, asfixiados em contêneires ou executados após sua rendição.


Com agências internacionais


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