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Souza Dantas negou visto a Lévi-Strauss
DA REDAÇÃO
O joalheiro Raphael Zimetbaum, 75, foi um dos judeus que
conseguiram escapar dos horrores da Segunda Guerra Mundial
graças à teimosia do embaixador
Souza Dantas.
Morador do Rio de Janeiro, onde chegou em junho de 1941, Zimetbaum conta que sua família
estava em Marselha, no sul da
França, depois de ter fugido de
Antuérpia, na Bélgica.
Ele lembra que seu pai e um tio
foram, em março de 1941, para
Vichy, sede do governo colaboracionista francês, onde estava Souza Dantas. "Alguém falou que ele
estava dando vistos para o Brasil."
"O embaixador disse ao meu
pai que, contrariando ordens recebidas, iria conceder os vistos",
lembra. Oito membros de sua família vieram para o Brasil.
Poucos de sua família sobreviveram ao Holocausto. Um tio dele
foi morto no campo de extermínio de Auschwitz (Polônia).
Apesar dos esforços, Souza
Dantas ficou famoso também por
não ter conseguido dar o visto ao
antropólogo franco-judeu Claude
Lévi-Strauss. A passagem está relatada em seu livro mais conhecido, "Tristes Trópicos":
"O embaixador Luís de Souza
Dantas (...) levantara o seu sinete
e preparava-se para carimbar o
passaporte, quando um conselheiro deferente e glacial o interrompeu, observando-lhe que esse
poder acabava de lhe ser retirado
por novas disposições legislativas." O historiador Fábio Koifman afirma que havia uma ordem
expressa contra Lévi-Strauss, que
fugiu para os EUA.
(FM)
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