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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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Souza Dantas negou visto a Lévi-Strauss

DA REDAÇÃO

O joalheiro Raphael Zimetbaum, 75, foi um dos judeus que conseguiram escapar dos horrores da Segunda Guerra Mundial graças à teimosia do embaixador Souza Dantas.
Morador do Rio de Janeiro, onde chegou em junho de 1941, Zimetbaum conta que sua família estava em Marselha, no sul da França, depois de ter fugido de Antuérpia, na Bélgica.
Ele lembra que seu pai e um tio foram, em março de 1941, para Vichy, sede do governo colaboracionista francês, onde estava Souza Dantas. "Alguém falou que ele estava dando vistos para o Brasil."
"O embaixador disse ao meu pai que, contrariando ordens recebidas, iria conceder os vistos", lembra. Oito membros de sua família vieram para o Brasil.
Poucos de sua família sobreviveram ao Holocausto. Um tio dele foi morto no campo de extermínio de Auschwitz (Polônia).
Apesar dos esforços, Souza Dantas ficou famoso também por não ter conseguido dar o visto ao antropólogo franco-judeu Claude Lévi-Strauss. A passagem está relatada em seu livro mais conhecido, "Tristes Trópicos":
"O embaixador Luís de Souza Dantas (...) levantara o seu sinete e preparava-se para carimbar o passaporte, quando um conselheiro deferente e glacial o interrompeu, observando-lhe que esse poder acabava de lhe ser retirado por novas disposições legislativas." O historiador Fábio Koifman afirma que havia uma ordem expressa contra Lévi-Strauss, que fugiu para os EUA. (FM)


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